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Leilão dos terrenos da Feira Popular “preocupa” moradores

14 jul, 2015 - 07:44 • João Cunha

Residentes reclamam o regresso de um parque de diversões à cidade de Lisboa e oposição, na autarquia, quer mais habitação.

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A Assembleia Municipal de Lisboa discute e vota, esta terça-feira, a colocação em hasta pública dos terrenos da antiga Feira Popular por um valor base de 135,7 milhões de euros.

Em causa está uma área de construção superior a 143 mil metros quadrados, sendo que a parcela de terreno correspondente à antiga Feira Popular é de pouco mais de 42 mil metros quadrados.

Os terrenos da antiga Feira Popular, nas avenidas das Forças Armadas, da República e 5 de Outubro, em Entrecampos, foram colocados em pré-anúncio de venda na Internet em Março, no site cidadedeoportunidades.cm-lisboa.pt. A proposta prevê agora um mínimo de 60% (pode ir até 80%) de área de construção para comércio e serviços e um mínimo de 20% (pode ir até 40%) para habitação. Metade da área do terreno tem de ser aberta, de circulação pública, e 30% tem de ser área verde.

A oposição na autarquia gostaria de ver mais habitação e menos escritórios naquele espaço. Já os residentes reclamam o regresso de um parque de diversões à cidade.

O presidente da Associação de Moradores das Avenidas Novas, José Soares, está apreensivo quanto ao futuro daquele espaço. “Preocupa-nos porque estamos a falar de uma área imensa no coração da cidade, porque não sabemos qual a volumetria prevista, porque podia ser um espaço para a Câmara apostar em melhorar a qualidade de vida dos moradores desta zona, mas não se sabe o que se vai passar ali.”

Por nada se saber, a associação deixa um pedido à autarquia: “A Câmara podia ouvir mais os cidadãos e não ter um comportamento tao autista em relação ao que se passa em volta.”

Feira desactivada em 2003
Os terrenos da Feira Popular estiveram na origem de um processo judicial que envolveu a Câmara de Lisboa e a Bragaparques. Em Março de 2014, a Assembleia Municipal de Lisboa autorizou a Câmara a pagar cerca de 101 milhões de euros à empresa para a aquisição dos terrenos da antiga Feira Popular e do Parque Mayer.

A este valor acrescem juros sobre o montante em dívida, que, de acordo com o documento assinado por Manuel Salgado, deverá ser pago em 16 prestações semestrais entre junho de 2016 e outubro de 2023.

Na origem do processo está a permuta, há uma década, de parte dos terrenos da antiga Feira Popular (então propriedade municipal) pelos do Parque Mayer (que pertenciam à Bragaparques).

A Feira Popular abriu para a sua última temporada a 28 de Março de 2003.
 

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