Não pára de aumentar o número de denúncias sobre o abandono e violência sobre idosos. As contas e previsões são da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV).
“De 2000 a 2013, houve um aumento de cerca de 79%. Entre 2013 e 2014, um aumento de cerca de 10,1%. Tivemos, em 2013, 774 casos de pessoas idosas que recorreram a nós e passámos a ter, em 2014, 852 processos de apoio”, indica à
Renascença Maria de Oliveira, técnica de direcção da APAV.
“Em 2015, achamos que está a seguir a tendência de aumento de situações de pessoas idosas vítimas de crime”, conclui.
A associação considera que o aumento do número de
denúncias demonstra que a sociedade está mais atenta ao problema, que se torna mais grave em época de crise, em que as situações de desemprego se agudizam.
Mas também é verdade, de acordo com a mesma fonte, que o número de casos de abandono e violência sobre idosos aumenta nas férias do Verão, no Natal e na passagem de Ano.
Na semana passada, o Conselho de Ministros aprovou o diploma que prevê a criminalização do abandono de idosos – a Estratégia para o Idoso que, só, no entanto, vai ser votada na próxima legislatura.
A
resolução aprovada no dia 13 prevê a repressão de todas as formas de violência, abuso, exploração ou discriminação e a criminalização do abandono de idosos.
Estão ainda previstas medidas de protecção jurídica às pessoas idosas e em situação de incapacidade, não permitindo que terceiros se aproveitem desta condição. Por exemplo, o alargamento da indignidade sucessória, não permitindo que nos casos em que o herdeiro pratique algum crime de violência doméstica ou maus-tratos, venha a receber a herança do idoso que maltratou.