11 set, 2015 - 20:58
Alertar para "os graves problemas que estão a afectar o ensino superior e a ciência". Esta é a razão que leva os professores e investigadores a fazer greve dia 22 de Setembro.
"Iremos não só ter a greve como uma acção para declarar o encerramento do ano lectivo em que daremos também a conhecer um conjunto de propostas que foram aprovadas e que iremos então apresentar à comunidade em geral e depois enviar aos partidos políticos candidatos às eleições", disse à agência Lusa o presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup), António Vicente.
O Conselho Nacional do sindicato reuniu-se, esta sexta-feira, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa, para decidir que acções tomar contra os problemas que consideram afectar o ensino superior e a ciência.
António Vicente referiu que o sindicato pretende chamar a atenção para problemas como a precariedade, que afecta 50% dos docentes do ensino superior, ou 80% se se tiver em conta apenas o ensino superior privado, a carga lectiva excessiva e a falta de financiamento para ensino superior e ciência.
Problemas que podem afectar o início das aulas
"São problemas de tal maneira graves que no dia seguinte ao início das aulas em muitas das instituições será necessário declarar o encerramento do ano lectivo, porque não há condições para que ele possa prosseguir de forma normal e com a dignidade que seria desejável", declarou, acrescentando que "há uma situação de muita instabilidade que importa resolver rapidamente".
O agendamento de novas acções fica dependente "do que acontecer em termos de resultados eleitorais", esperando o sindicato que o próximo Governo tenha abertura para resolver os problemas.
António Vicente acredita que a greve de dia 22 será "um momento muito participado", com grande adesão dos docentes e investigadores.
Sobre a situação concreta dos docentes do ensino politécnico que não concluíram os doutoramentos dentro do prazo previsto - o regime transitório que terminava no final do passado mês de Agosto - António Vicente diz ainda não ter números exactos sobre quantos serão excluídos da carreira docente devido a essa situação.
Para já, o sindicato sabe apenas que há 1.200 professores abrangidos pelo regime transitório que correm esse risco, e que já há vários casos de docentes que perderam o contrato com as instituições devido ao incumprimento desta exigência.