15 set, 2015 - 17:21
“Estou impressionado”. O alto comissário da ONU para os Refugiados, António Guterres, elogiou esta terça-feira a "metodologia razoável" adoptada por Portugal para receber refugiados, que passa pelo envolvimento de vários sectores da sociedade.
"Pode não ser a metodologia ideal, mas é uma razoável", comentou o responsável, numa conferência de imprensa em Bruxelas, em relação à necessidade de os países fazerem uma "integração efectiva" de refugiados.
Na sua recente deslocação a Portugal, no último fim-de-semana, Guterres notou a criação da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR), que mobiliza vários agentes da sociedade portuguesa (entre os quais a Renascença). A PAR foi também elogiada pelo Papa Francisco na entrevista que deu à Renascença.
Nas propostas de Bruxelas, Portugal deverá receber cerca de cinco mil pessoas.
O dirigente das Nações Unidas insistiu na necessidade de dar atenção à Sérvia, que está a receber milhares de pessoas diariamente, "sem capacidade de absorção e sem ser um país rico", o que pode levar o país a uma "situação impossível".
Caso não se tomem medidas de ajuda à Sérvia, "criam-se oportunidades para contrabandistas" para levarem os refugiados por novas rotas europeias.
"Queremos soluções sustentáveis", argumentou António Guterres reafirmando a sua sugestão de um "plano B" depois da falta de unanimidade, no conselho extraordinário de segunda-feira, entre os ministros do Interior europeus para a recolocação de mais 120 mil refugiados.
"Um plano B é necessário", resumiu o responsável, notando haver países voluntários para receber pessoas, pelo que a recolocação deve aumentar assim que os mecanismos para receber pessoas estejam operacionais.
Guterres quer que as "pessoas possam ser bem recebidas" imediatamente na Grécia e na Itália e que daí se faça a recolocação, ressalvando estar também a apelar aos países do Golfo Pérsico e à América do Norte para receberem refugiados.