22 set, 2015 - 18:52
Portugal vai receber mais cerca de três mil refugiados ao abrigo acordo de distribuição acertado esta terça-feira, anunciou a ministra da Administração Interna.
“Relativamente aos 120 mil refugiados, Portugal receberá cerca de três mil”, afirmou Anabela Rodrigues aos jornalistas, no final de uma reunião que decorreu em Bruxelas.
A União Europeia chegou esta terça-feira a acordo para distribuir este grupo de 120 mil pessoas oriundas de países em guerra, apesar da oposição dos países de Leste. Eslováquia, Roménia, República Checa e Hungria votaram contra. A Finlândia absteve-se.
O Governo português já tinha aceitado receber uma parte de um outro grupo de 40 mil refugiados que se encontra em Itália e na Grécia. No total, Portugal vai acolher cerca de 4.500 pessoas, ao longo dos próximos dois anos, segundo o Ministério da Administração Interna.
“É preciso que tenhamos em conta que não há solidariedade sem se assegurar a dignidade da recepção das pessoas e, por isso, Portugal desde sempre disse que receberia refugiados de acordo com as suas capacidades e é isso que está a fazer”, sublinhou a ministra da Administração Interna.
Anabela Rodrigues assinalou que o mecanismo acordado esta terça-feira, em Bruxelas, tem de ser "integrado numa política mais vasta e ter um mais largo enquadramento".
"Por isso, o Conselho Europeu de amanhã [quarta-feira] é muitíssimo importante para uma perspectiva integrada no âmbito da qual esta decisão foi tomada", comentou a ministra, numa referência à reunião extraordinária, que contará com a presença do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
Países de Leste recebem mais de seis mil refugiados
Os quatros países de Leste, que votaram contra o sistema de quotas, vão ter que receber mais de seis mil refugiados.
Segundo os números avançados pelo jornal “El Mundo”, a Hungria acolhe 1.294 pessoas, a República Checa 1.591, a Eslováquia 802 e a Roménia 2.475 refugiados.
O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, já afirmou que enquanto liderar o Governo não vai implementar o sistema de quotas.
A medida que visa a distribuição de 120 mil refugiados também foi condenada pelo ministro checo do Interior, que já tinha afirmado que um plano desta
natureza seria impraticável e que poderia expor a Europa ao ridículo. "Em
breve veremos que o rei vai nu. O senso comum foi derrotado hoje", afirmou
o ministro Milan Chovanec, na sua conta do Twitter.
[notícia actualizada às 20h03]