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Conselho Nacional de Educação preocupado com notas inflacionadas e chumbos

17 out, 2015 - 00:17 • Manuela Pires

Relatório de 2014 apresentado este sábado deixa vários alertas.

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As escolas secundárias inflacionam as notas dos seus alunos, que depois sofrem uma “revisão em baixa” com a classificação dos exames nacionais. O alerta é do Conselho Nacional de Educação (CNE), que se mostra preocupado com o crescimento dos chumbos e das desistências no primeiro ciclo do ensino básico.

É um dado preocupante deste relatório. A taxa de retenção e desistência no primeiro ciclo do ensino básico, até ao quarto ano mantém uma tendência de crescimento e chega aos 5%, já quanto ao segundo e terceiro ciclos a tendência é para baixar.

Este ano mantém-se o alerta sobre a inflação de notas. As escolas continuam a subir as notas internas, e isso acontece mais no ensino secundário do que no básico e com os alunos com desempenhos mais baixos. Estas escolas estão maioritariamente em Lisboa e no Porto e é um fenómeno transversal às públicas e privadas.

Este relatório conclui ainda que, no ensino básico, o impacto da classificação do exame na nota final do aluno é pouco expressivo, a maioria não viu a nota alterada. O mesmo não se passa no secundário, onde mais de metade dos alunos vêem a classificação interna diminuir por causa da nota do exame.

O “Estado da educação de 2014”, publicado pelo CNE, com perto de 400 páginas, traça o retrato de um sector que mudou muito ao longo dos últimos anos. Desde logo a redução do número de escolas e também de alunos, em 10 anos houve uma diminuição de mais de 81 mil alunos. Apesar disso há uma tendência de crescimento em escolas e alunos no sector privado.

O presidente do conselho nacional de educação, alerta para a necessidade de dar prioridade à qualificação do ensino público e ter uma visão estratégica de futuro até porque a baixa natalidade traz problemas e é urgente construir uma visão integrada da educação para a infância.

David Justino avisa que o sistema deve oferecer cursos que estejam adequados às necessidades da economia e que deve existir uma estabilidade nos currículos, apesar da alternância política.

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