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Defesa de Sócrates acusa Ministério Público de esgotar prazo de inquérito

20 out, 2015 - 00:55

O Ministério Público já deu resposta a esta questão, Em nota enviada à Renascença, limita-se a dizer que o "Ministério Público pronuncia-se sobre questões jurídicas no local próprio, isto é, no âmbito dos processos".

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A defesa de José Sócrates acusou, em comunicado, o Ministério Público de deixar esgotar o prazo legal de inquérito determinado pelo Tribunal da Relação, alegando que terminou às 00h01 de terça-feira “sem acusação e sem arquivamento”.

“Terminou, há um minuto, o prazo concedido ao Ministério Público pelo Tribunal da Relação de Lisboa, para concluir o inquérito aberto contra o engenheiro José Sócrates. Terminou sem acusação e sem arquivamento, que são as alternativas da Lei”, refere o comunicado assinado por João Araújo e Pedro Delille enviado às 00h01 desta terça-feira à agência Lusa.

Em nota enviada à Renascença esta terça-feira, o Ministério Público limita-se a dizer que se pronuncia "sobre questões jurídicas no local próprio, isto é, no âmbito dos processos".

Segundo a defesa, “ao longo de mais de dois anos e meio, o Ministério Público investigou o que quis, como quis, com o que quis; devassou largamente a vida de José Sócrates e de todos os que que com ele se relacionam; deixou que factos e elementos ditos em segredo de justiça fossem usados em campanhas de difamação e de calúnia; criou, sem ponderação ou cautela, factos da maior relevância política. E prendeu e manteve presos cidadãos”.

A defesa alega que 27 meses depois, o Ministério Público “nem sequer consegue pôr um ponto, final ou outro qualquer, num inquérito brindado com um prazo excepcionalmente alargado, prorrogado, esticado, para além de toda a razoabilidade do direito, à custa de expedientes diversos, da excepcional complexidade que inventou, de cartas rogatórias que manipulou a seu bel-prazer, fiado na complacência, que supunha ilimitada, do Juiz de Instrução, dos Desembargadores da Relação e dos Conselheiros do Supremo”.

“Dois anos e meio. Nem factos, nem provas, nem acusação”, salienta a defesa de José Sócrates. Para a defesa, a “violência que é a prisão de um cidadão exige uma contrapartida justa”. “E a primeira contrapartida é o cumprimento escrupuloso, pontual, diligente e competente, pelo Ministério Público, de todos os prazos da Lei”, refere.

Os advogados de José Sócrates consideram também que o facto de o Ministério Público deixar esgotar o prazo do inquérito sem acusar ou arquivar é um “escândalo e é uma vergonha para a Justiça”.

José Sócrates foi libertado sexta-feira passada da medida de coacção de prisão domiciliária, embora fique proibido de se ausentar de Portugal e de contactar com outros arguidos do processa da “Operação Marquês”.

O ex-primeiro-ministro foi detido a 21 de Novembro de 2014, no aeroporto de Lisboa, indiciado pelos crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção passiva para acto ilícito.

Sócrates esteve preso preventivamente no Estabelecimento Prisional de Évora mais de nove meses, tendo esta medida de coacção sido alterada para prisão domiciliária, com vigilância policial, a 4 de Setembro passado.

Comentários
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  • Ó PA
    20 out, 2015 lx 14:22
    só se for para ti!...priviligiado!
  • ao carapau frito
    20 out, 2015 lis 13:19
    olhe que não! olhe que não! Se assim fosse, o BPN e outros casos da laranjada e dos azulinos, não teriam ficado no MP, em banho maria e continuam por investigar, com eles no poder, quando o PS foi governo, precisamente com o Socrates! Porque será?...
  • João
    20 out, 2015 Leiria 11:36
    Os advogados podem usar as entrelinhas da lei a seu belo prazer pra que um processo chegue ao fim de validade e nada aconteça, o ministérios público tem de investigar um caso, complexo, em seis meses e sem mais um dia!!!!! Ali o carapaufrito acha que por uns terem roubado, os outros estão perdoados, então que roubem todos. O senhor deve viver de impostos concerteza. Mas se lhe roubarem a casa, veja lá desculpe os, ha tantos que roubam também!
  • pa
    20 out, 2015 lisboa 10:26
    estes advogados sao uns sarnosos. Como e que ha gente que acrredita nestes artistas. A justiça esta a funcionar, mais nada.
  • Fernando Ferreira
    20 out, 2015 Lisboa 09:54
    Quando é que é feita uma limpeza geral no MP. Será que neste País o MP faz o que quer a seu belo prazer sem que tenha que prestar contas a ninguém? Há casos de favorecimentos ilicitos, trafico de influências e abuso de poder denunciados e comprovados no MP, relativos a Instituições do Estado, relativamente aos quais o MP arquiva os processos ignorando as provas apresentadas. Porquê? Não interessa ao combate politico? A nossa democracia é uma anedota. E a nossa justiça envergonha-nos.
  • Carapaufrito
    20 out, 2015 Aveiro 09:20
    Estamos todos de acordo, o homem nao é nenhum santinho, mas citem-me là o homem politico Portugues que nao tirou proveito do lugar que ocopou ou ocupa para se enriquecer pessoalmente ? nao andem a procura, podem dar a volta ao Pais de lés a lés nao encontrarao. Neste pobre Pais a justiça està corrumpida até a ponta do cabelo, mas é preciso meter no mesmo saco politicos e jornalistas, é muito simples os magistrados e os jornalistas vao para o lado que sopra o vento, quando a esquerda està no poder sao todos esquerdistas, quando a direita està no poder sao todos direitistas, e o Zé Povinho é tao parvo, que nem um boi ve a frente dos olhos.
  • jose
    20 out, 2015 lisboa 08:02
    Se realmente é verdade o que os advogados de defesa de Sócrates, todos mas todos juízes magistrados deviam colocar o seu lugar a disposição de alguém que saiba desempenhar o mesmo.Tudo não passa de uma palhaçada. a nossa justiça não presta, é um zero..

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