26 out, 2015 - 15:12
O consumo de carne de vaca e de porco tem vindo a diminuir em Portugal desde 2008, enquanto a carne de aves tem vindo a conquistar maior lugar na alimentação dos portugueses.
“Desde que há registo, inverte-se pela primeira vez uma tendência: a carne de aves (animais de capoeira) cresce ao contrário da de bovino e a de suíno. Mesmo assim, a proporção de proteína de origem animal ainda está acima do desejável”, refere o relatório Alimentação Saudável em Números 2014 da Direcção-geral da Saúde, que recorre a dados do Instituto Nacional de Estatística entre os anos de 2008 e 2012.
Um estudo divulgado esta segunda-feira pela Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro (IARC, na sigla em inglês), que depende da Organização Mundial de Saúde (OMS), revela que a carne processada – como bacon, salsichas ou presunto – é cancerígena para os seres humanos.
O mesmo documento da IARC alertou que a carne vermelha também é “provavelmente” cancerígena.
O relatório referiu que a ingestão diária de 50 gramas de carne processada – menos de duas fatias de bacon – aumenta a probabilidade de desenvolver cancro colo-rectal (também conhecido como cancro do intestino) em 18%.
De acordo com dados do INE, em 2008, a carne bovina tinha um peso no consumo de 19,6 quilos por habitante, que baixou para 16,7 em 2012.
Também a carne de porco registou a tendência decrescente, passando de um consumo de 47,1 quilos por habitante em 2008 para 43,3 quilos/habitante em 2012.
Já o consumo de carne de animais de capoeira foi aumentando, de 33,8 quilos/habitante em 2008 para 35,8 quilos em 2012.
De uma forma geral, registou-se entre 2008 e 2012 um decréscimo de consumo do grupo de alimentos “carne, pescado e ovos”, que contudo “não foram suficientes para baixar substancialmente as disponibilidades excedentárias destes grupos”.