Governo admite que Portugal é "de novo um país de emigração"

28 out, 2015 - 13:35

Em 2014, houve cerca de "110 mil saídas", o mesmo que em 2013. São valores "da ordem dos observados nos anos 60/70 do século XX".

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Cerca de 110 mil portugueses emigraram em 2014, tal como no ano anterior, revela o Relatório da Emigração elaborado pelo Governo, segundo o qual Portugal é "sobretudo, de novo, um país de emigração".

O documento, da autoria do gabinete do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, indica que no ano passado, houve cerca de "110 mil saídas", o mesmo que em 2013, valores "da ordem dos observados nos anos 60/70 do século XX".

"Hoje Portugal é, sobretudo, de novo, um país de emigração", à semelhança do que se verificou entre 1974 e o início do século XXI, lê-se no relatório, divulgado esta quarta-feira pelo executivo.

"Desde 2010, com a natureza assimétrica da chamada crise das dívidas soberanas e os efeitos recessivos das políticas de austeridade, a emigração passou a crescer mais do que antes da crise, estabilizando entre 2013 e 2014 na casa das 110 mil saídas/ano, valor da ordem dos observados nos anos 60/70 do século XX", refere o estudo.

No essencial, a emigração portuguesa realiza-se no interior da Europa: dos 21 países para onde mais portugueses se dirigem, 14 são europeus. Reino Unido, Suíça, França e Alemanha têm recebido, "nos últimos tempos", mais de dez mil emigrantes nacionais por ano.

A lista dos principais destinos dos portugueses foi liderada, no ano passado, pelo Reino Unido, que recebeu 31 mil emigrantes. Fora da Europa, os cidadãos nacionais escolheram sobretudo países lusófonos, principalmente Angola (5 mil portugueses no ano passado, colocando este país em sexto lugar entre os principais destinos).

No total, estima-se que haja cerca de 2,3 milhões de portugueses emigrados, mantendo-se em França o maior número (mais de 592 mil em 2011).

Quanto a aquisições da nacionalidade do país de destino, através das quais o emigrante deixa de ser considerado estrangeiro, França liderava também a lista (3,8 mil em 2013), seguida da Suíça (2,2 mil em 2013) e Luxemburgo (1,2 mil em 2014).

Leia aqui o Relatório da Emigração em 2014.

Comentários

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JCR
28 out, 2015 Fora Daqui 18:15
A velha táctica/técnica da súbita humildade, do súbito reconhecimento dos males que existem no país, só com o intuito de continuarem a querer estar no poder, como lapas agarradas ao tacho, é há muito conhecida, e agora, voltou em força, pelo que, nada de novo a dizer acerca de quem nos desgoverna há 4 anos e 4 meses...mas, e sobretudo, é não perceber os comentários do costume que se costuma fazer aqui e noutros sítios da internet...percebo e não tenho nada contra, as pessoas estarem a criticar esta política, estando eu entre elas, mas só não entendo é porque é que ainda não viram, que não há volta a dar, enquanto continuarmos a ser o povo que sempre fomos, e explico, durante 40 anos, só tivemos cá a desgovernar 3 partidos, e não é preciso muito para se verificar que só trouxeram foi miséria ao povo, bem como 1 largo conjunto de casos de compadrio e de corrupção...mas, não contentes com isso, eleições após eleições, tudo permanece na mesma, ou seja, continua a haver quase 200 mil votos em branco+nulos, continua a haver mais de 4 milhões de pessoas que não vão votar e, pior do que isto, por mais males que se faça a esta nação, a troika dos 40 anos que sempre nos desgovernou, PSD+PS+CDS, continuam a ser os partidos mais votados, pelo que, já cheguei à conclusão que se calhar, os mais de 100 mil que emigraram em 2014, é que fizeram bem, porque infelizmente, este povo deve ser sado-masoquista, e digno dum "case-study" internacional, pra perceber porque é que não mudamos isto!!!
Paulo
28 out, 2015 vfxira 18:10
E quem foi que deu um grande empurrão para que isso acontecesse? Portugal a continuar assim não vai ter futuro nem portugueses,os mais idosos vão morrendo,cada vez há menos nascimentos e a ajudar os jovens saem do país.
Zagato
28 out, 2015 lisboa 17:24
Exportamos do bom, e importamos do pior. É assim, há paises que evoluem e outros não.
mara
28 out, 2015 Portugal 17:20
Viva a linda democracia que arruinou uma Nação.
Jose Seco
28 out, 2015 Lisboa 16:55
Obviamente que são muito mais do que 100 mil. O governo não tem sequer noção dos números reais, nem os consulados têm, porque muitos dos que emigram não estão registados nem se registam sequer! Obviamente que a culpa é dos 3 principais partidos que têm governado portugal desde sempre! Já na década de 60 e 70 se emigrava embora não tanto como agora! A crise em portugal é uma crise de governos compostos por pessoas que em vez de cumprirem a missão de governarem o país governam-se apenas a si próprios enquanto pessoas! Portugal sempre esteve em crise e irá continuar ainda por muitos e muitos anos enquanto for governado da forma que tem sido!
NL
28 out, 2015 Ermesinde 16:46
João das 15:45: Tem cuidado com os comentários que assinas. Não sei se o que dizes é opinião tua se é aquilo que te mandam escrever em troca de uma tijela de sopa. De qualquer forma só te digo que, às vezes, é preferível passar fome a aceitar a oferta de um caldo de veneno.
Zé Povinho
28 out, 2015 Lisboa 16:30
Portugal precisa de mudança de políticas pois as dia atual governo resultaram + emigração + desemprego + divida + famílias pobres.
Joao
28 out, 2015 Lisboa 16:24
O quê? 100 000 portugueses emigraram em 2014? Mas não era o Passo e o Portas que andaram a dizer que Portugal estava um paraíso?
João
28 out, 2015 seixal 15:41
Claro a falência e destruícao do país levada a cabo pelo PS, vai demorar décadas a resolver...