05 nov, 2015 - 21:01
O Governo português desaconselha, num aviso divulgado esta quinta-feira no Portal das Comunidades Portuguesas, quaisquer viagens a áreas fronteiriças com a Líbia e o Sudão, bem como ao norte da península egípcia do Sinai.
O aviso surge cinco dias depois de um Airbus A321 da companhia russa MetroJet se ter despenhado no norte do Sinai, matando todas as pessoas a bordo (224), apenas 23 minutos depois de descolar da estância balnear egípcia de Sharm el-Sheikh, localizada no Sinai.
Londres e Washington consideram provável que a queda do avião, ocorrida no sábado, poderá ter sido provocada pela explosão de uma bomba.
O aviso das autoridades portuguesas abrange igualmente outras áreas do território egípcio. "Desaconselham-se as viagens não essenciais ao sul da península do Sinai, ao eixo de Suez - Ismailia - Port Saïd, ao Cairo e a Alexandria, principalmente aos locais habituais de realização de manifestações e potenciais focos de violência", indicou a nota das autoridades portuguesas, que relembram que "as presentes informações não têm natureza vinculativa, funcionam apenas como indicações e conselhos, e são suscetíveis de alteração a qualquer momento".
A França também "desaconselhou" esta quinta-feira os seus cidadãos de viajarem para a península do Sinai, em concreto para Sharm el-Sheikh, a menos que exista "uma razão imperativa, nomeadamente profissional".
O aviso do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês também inclui a cidade de Taba, igualmente localizada no Sinai.
A companhia de aviação alemã Lufthansa anunciou igualmente que "por motivos de precaução" ficam interrompidas as ligações aéreas com destino a Sharm el-Sheikh.
Num comunicado, a Lufthansa que realiza dois voos semanais, explorados pelas companhias filiais Edelweiss e Eurowings, anunciou que tem estado em contacto com o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Berlim no sentido de iniciar o repatriamento dos cidadãos alemães que se encontram no Egipto.
A companhia aérea Air France anunciou precisamente o mesmo procedimento em relação ao sobrevoo do Sinai e hoje as autoridades de Kiev proibiram as companhias aéreas ucranianas de sobrevoarem a região.
O Reino Unido e a Irlanda também suspenderam temporariamente os voos de e para a estância turística egípcia de Sharm El-Sheikh.
O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Philip Hammond, afirmou, em declarações ao canal de informação Sky News, que o Reino Unido está a trabalhar com as autoridades egípcias para aplicar medidas de urgência, de forma a repatriar os turistas britânicos que estão em Sharm el-Sheikh.
Também hoje o Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, afirmou em Londres que o Egito está "totalmente preparado para cooperar com todos os amigos [do país]" para garantir a segurança dos turistas estrangeiros.
"Estamos totalmente preparados para cooperar com todos os nossos amigos para garantir que os nossos aeroportos têm a segurança necessária para as pessoas que acolhemos", disse o líder egípcio, após um encontro com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, na capital britânica.