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“Quem associa terrorismo aos refugiados é cúmplice”, diz Rui Marques

14 nov, 2015 - 17:30 • Filipe d'Avillez

A Polónia já disse que não tem condições políticas para acolher refugiados, mas o dirigente da Plataforma de Apoio aos Refugiados portuguesa pede solidariedade com aqueles que nos seus países também sofrem com o terrorismo.

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O coordenador da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR), Rui Marques, diz que quem procura incendiar os ânimos, associando os actos de terrorismo aos refugiados em geral é cúmplice de crimes como os que foram cometidos em França na noite de sexta-feira.

Em declarações à Renascença, o dirigente da PAR não nega que há riscos envolvidos em aceitar os refugiados, mas que é necessário revelar solidariedade com os que são vítimas do Estado Islâmico nos seus países de origem.

“O que é mais sensato nesta altura é manter a tranquilidade quanto à análise dos factos, não nos deixarmos impressionar com notícias ou pré-notícias que ainda não foram confirmadas. Recordo que seja útil pensar no que disse o Papa Francisco: com certeza que hoje, ontem ou daqui a um ano, haverá riscos. Há atentados que ocorreram nos últimos dias em Bagdade, em Beirute e em Paris, todos eles provocados pelo ISIS [Estado Islâmico], todos eles provocados por terroristas.”

“É nisso que temos de nos devemos concentrar, porque as vozes que têm incendiado a Europa, procurando associar o terrorismo aos refugiados, são vozes que são cúmplices destes actos criminosos”, acusa.

Polónia rejeita acolher refugiados

Na sequência dos atentados em Paris, que fizeram 127 mortos e cerca de 300 feridos, pelo menos um país europeu já veio dizer que não estão reunidas as condições políticas para proceder ao acolhimento de refugiados.

“As decisões, que nós criticámos, do Conselho Europeu sobre a recolocação dos refugiados e migrantes em todos os países da UE continuam a ter a força do direito europeu", diz o governo conservador, ainda em formação, no seu site oficial.

Mas ressalva, na nota assinada por Kondrad Szymanski, futuro ministro dos Assuntos Europeus, que “após os acontecimentos trágicos em Paris não vemos possibilidade política de os respeitar”.

Para Rui Marques, esta posição é tudo menos surpreendente. “A posição da Polónia, como da Hungria e da Eslováquia, é conhecida há muito tempo e são países que têm resistido a acolher refugiados. Hoje o que é novo é relacionarem com este tema trágico, desta tragédia em França.”

“O que é importante sublinhar nesta altura é que aquilo que estamos a sentir na Europa e este sofrimento e luto que vivemos é o que muitos outros têm sentido noutros contextos, quando são vítimas de atentados terroristas como este. Creio que temos de ser solidários, nós europeus, entre nós e solidários com todos aqueles que em qualquer parte do mundo sofrem actos terroristas como este nomeadamente do ISIS”, afirma.

Comentários
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  • João
    24 nov, 2015 Porto 12:52
    Rui Marques tem toda a razão. Ele, melhor que ninguém em Portugal, conhece estes fenómenos e sabe que a propaganda xenófoba e maledicente explora a ignorância de forma eficaz, como se vê nalguns comentários absolutamente surreais aí em baixo (há um que que compara as lutas com os mouros aos sírios que fogem da guerra, outro que diz que a culpa, entre outros, é do Papa, não do "Estado islâmico"). É evidente que é preciso algum controlo, mas caso não saibam, os que vêm para Portugal são exclusivamente famílias, não homens isolados, e a sua "barbárie" é de tal forma que uma mulher até perguntou se na rua podia andar com um simples véu, vejam só! Realmente, são mesmo pessoas sem educação, até perguntam antes para não ferir as sensibilidades alheias. Esclarecimento: os sírios são muito diferentes dos sauditas e dos afegãos.
  • Raul mota
    19 nov, 2015 Anadia 22:43
    Sr. Rui Marquês a Polonia, Hungria e Eslovaquia tem toda a razão.. E os nossos dirigentes portugueses se tivessem a mais mínima inteligencia, seguiam o exemplo de esses países... Porque é extremamente humilhante para mim e para milhões de portugueses, que vocês dirigentes e políticos tratem melhor os Sírios e os terroristas que chegam infiltrados com os refugiados, que a nos próprios... É muito humilhante para o português que trabalha e paga impostos, ter menos regalias e direitos, que os refugiados... Eu acho que a vossa hipocrisia é só para ficarem bonitos, num qualquer livro de história, que se publicará futuramente... De certeza absoluta que vocês (políticos responsáveis pela vinda dos refugiados) não tem filhos ou não querem saber do futuro dos vossos filhos.. É simplesmente indignante e humilhante a vossa leviandade para com o povo português... Raul Mota
  • Jose Carlos Fonseca
    16 nov, 2015 Maia 14:24
    Até sexta-feira estes "iluminados" diziam que os terroristas não se infiltravam no meio dos refugiados. Que não, que não perdiam meses para chegar à Europa. Domingo, face à descoberta do tal passaporte de refugiado sírio, já mudaram o discurso e já dizem que "uma gota não faz um oceano". Será que 132 mortes (para já) não chegam para haver um efetivo controle de quem quer vir para a Europa. Uma coisa é acolher famílias que trazem mulheres e crianças, outra é virem indivíduos isolados dos quais não sabemos os antecedentes. Questiono-me também porque só escolhem a Europa e nomeadamente os países mais ricos (Alemanha e países nórdicos) e não vão para países com semelhanças culturais (Golfo) onde teriam uma integração mais fácil. Eu por mim sinto que devo auxiliar os portugueses que vivem na rua do que auxiliar desconhecidos dos quais não sei quais são as suas intenções.
  • Serico115
    16 nov, 2015 Feijó - Almada 11:23
    É sempre difícil raciocinar "a quente". Mas há sempre algo em que podemos refletir com alguma prudência. Tanto no artigo em si, como nos diversos comentários se pode ver a forma exacerbada como o assunto é analisado por prismas algo semelhantes, algo diferentes. Entre eles vejo um tal de PAULO, que me deixa apreensivo: denota alguma propensão de defesa para com o Estado Islâmico. Acho extremamente perigoso que pessoas que assim pensam proliferem por aí. Mas reportando-me mais ao que é essencial, eu vejo na exposição do JOSÉ SILVA algum nexo de razoabilidade. Somos propensos à solidariedade, fruto de uma cultura ocidental mais sensíveis ao sofrimento das pessoas, mas nunca poderemos descurar uma visão muito lúcida das consequências que poderão advir de uma solidariedade ingénua que não meça devidamente essas consequências se não forem devidamente avaliadas e muito rigorosamente acauteladas. Solidariedade SIM, mas promiscuidade NÃO. Que se acolham os que fogem do terror, mas apenas enquanto esse perigo perdurar. Logo termine eles sejam de imediato repatriados. E enquanto por cá estiverem que sejam devidamente e rigorosamente controlados.
  • Guilherme Terra
    15 nov, 2015 Estoril 18:03
    Este ególatra terá noção da enormidade que proferiu? Este senhor que se promove à custa do sofrimento alheio deveria ser responsabilizado por uma afirmação destas (isto sim, tudo menos um apelo à paz!) Este tipo tem uma misteriosa agenda própria (já do tempo de Timor) que vai muito além do mero "profissional" da solidariedade!
  • Refúgio
    15 nov, 2015 Calhabé 10:55
    Ok, mas qualquer refugiado pode ser terrorista (assim como qualquer outra pessoa o pode ser...em teoria)! Não tenho qualquer dúvida de que no meio de tantos refugiados alguns não são flores que se cheirem!
  • paulo
    14 nov, 2015 portugal 22:40
    este rui marques a par de outros tantos bananas europeus como o passos , o geronimo , a catarina , o portas , o papa , a merkel , etc sao alguns dos culpados efectivos por o que se esta a passar na europa , nao o estado islamico !
  • Alex
    14 nov, 2015 Lisboa 21:49
    A culpa destas mortes é do Rui Marques e de outros Ruis Marques que vêm para a televisão pregar o politicamente correcto alienado da realidade, só para ficar bem na fotografia. Enquanto isso os atentados islâmicos repetem-se de X em X tempo na Europa, sempre feito pelos mesmos e sempre nos Paises com grandes comunidades muçulmanas. Enquanto continuarmos a enfiar a cabeça na areia do politicamente correcto estes atentados iram continuar a repetir-se na Europa.
  • Jose Silva
    14 nov, 2015 Rio Tinto 20:05
    Estranho muito estes "profissionais" da solidariedade que estão sempre onde estes assuntos são noticia. Ontem em Timor com o Lusitania, hoje com a plataforma à espera de milhares de refugiados. Se por detras da vaga de refugiados ha mafias que garantem o pagamento dos largos milhares de euros que cada um tem de pagar, do lado de quem os quer acolher tambem nao me custa ver a mafia das instituições de "caridade" subsidio-dependentes, que vêem aqui uma galinha dos ovos de ouro para alimentar as suas ONG's de amigos, familiares ou ligadas a interesses economicos. Ainda nao vi nenhuma dessas instituições lançar campanhas para o refugio em familias de acolhimento. Não, essas "santas" instituições e personalidades benfazejas estão avidas de se desdobrarem em apoios ...apoios que naturalmente vão receber para depois os poderem dar... Dito isto concordo que se dê refugio a quem o procura, mas em instalações controladas, em campos de refugiados onde todo o apoio humanitário seja concedido, e com condições de vida digna para que aí possam viver seguros até que seja possivel regrerssarem aos seus paises. Quem se vem refugiar na europa nao diz, depois de nela desembarcar, que quer ir para a alemanha, suecia, ou onde quer que seja. Quem foje da guerra e do terrorismo nao deixa a sua familia para tras como milhares e milhares de homens, jovens, que se apresentam, sozinhos, como refugiados.
  • Daniel
    14 nov, 2015 Oeiras 19:46
    Este Rui Marques é que é cúmplice, porque as autoridades Francesas já vieram dizer que um dos terroristas era Sírio e entrou na Europa através da ilha Grega de Lesbos como refugiado. Quero ver agora se aqueles ditos Portugueses piedosos, vão buscar para Portugal mais Sírios aos campos de refugiados da Eslovénia e da Croácia.

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