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Menos antibióticos, menos infecções, menos custos. Tudo numa app

18 nov, 2015 - 13:58

Num smartphone, num tablet ou num computador, os médicos já podem ter acesso a toda a informação disponível sobre os doentes internados e assim decidirem a melhor terapêutica a seguir. Esta quarta-feira, assinala-se o Dia Europeu do Antibiótico.

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Chama-se “HAItool” e, de uma maneira simples, pode dizer-se que é uma aplicação que congrega todos os dados relativos ao doente desde que a sua entrada no hospital. O projecto foi desenvolvido pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical e já está a ser usada em dois hospitais portugueses.

Através da nova ferramenta, “consigo perceber em que medida é que [o doente] precisa de antibiótico e em que medida é que precisa de ser alterado face a outros dados obtidos por exames. Combinando estes dados todos do hospital, é possível ter uma visão mais clara do estadio do doente e apoiar o médico na sua decisão”, explica à Renascença o professor Luís Lapão.

A aplicação cria um gráfico e ajuda assim o médico decidir da melhor forma, a cada momento. Reduz-se a chamada pressão antibiótica na enfermaria e isso leva a que haja menos resistências e menos infecções hospitalares – resultados que podem ser facilmente medidos “pelas doses de antibiótico, pelo número de infecções e pelo tempo de estadia média dos doentes nos hospitais”.

Beneficia também o Estado, acrescenta Luís Lapão, porque o doente vai ficar menos tempo no hospital e os custos do Serviço Nacional de Saúde serão menores.

Em Portugal, as taxas de infecções hospitalares devido ao uso de antibióticos e de resistência aos mesmos ainda são elevadas, comparando com outros países da Europa. As taxas de resistência podem atingir os 84,5%.

A resolução do problema parece passar pelas novas tecnologias. Mas ainda há muito por onde evoluir. “É preciso saber adequar a tecnologia aos médicos, testá-la e validá-la.” “Isto é um princípio da mudança nos serviços de saúde”, sublinha Luís Lapão, neste Dia Europeu do Antobiótico.

A nova ferramenta de apoio à gestão das infecções hospitalares já está a ser usada no hospital do Espírito Santo (Évora) e no Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, que inclui o Hospital São Francisco Xavier, o Egas Moniz e o de Santa Cruz. Em breve, poderá chegar a muitos mais.

O projecto foi financiado pela Noruega, pela Islândia e pelo Liechtenstein, no âmbito do Programa Iniciativas de Saúde Pública.

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