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Como se deve falar de terrorismo às crianças e jovens?

20 nov, 2015 - 08:18 • Pedro Mesquita

A questão preocupa pais e educadores. A psicóloga Cristina Sá Carvalho deixa algumas pistas.

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A exposição de jovens e crianças às imagens violentas de Paris, tal como quaisquer outras relacionadas com o terrorismo, está a preocupar pais e educadores.

A psicóloga Cristina Sá Carvalho considera importante levar as crianças a falar do assunto, caso elas próprias não tenham assumido, ainda, a iniciativa. É essencial responder a tudo sem deixar de provocar o debate, de lhes perguntar "o que viram e sentiram, o que lhes parece aquilo tudo", porque "é a partir daí que se pode ajudar a interpretar, com equilíbrio e moderação".

Será uma estratégia demasiado difícil? Talvez não.

Cristina Sá Carvalho lembra que "as crianças desenvolvem muito cedo a noção de bem e de mal, são capazes de entender que há coisas inadmissíveis, que não devem ser feitas". Assim, "os adultos devem antecipar as perguntas e pensar no que vão dizer, ou fazer, para ajudar os seus filhos a compreender o que se está a passar", defende a psicóloga, também colunista da Renascença.

De França, surgem bons exemplos de como lidar nestes casos: "Provavelmente, o traço mais excelente é ter levado crianças pequenas a abeirar-se dos espaços de homenagem.” Para Cristina Sá Carvalho, este dado é demonstrativo da capacidade que a França tem de se impor como um líder no mundo.

Se distinguir o bem do mal é "fácil", como devem ser abordados os factos mais cinzentos? Cristina Sá Carvalho responde que o problema é esse, mas ao contrário. Ou seja, a sociedade dos nossos dias tem "muita dificuldade em afirmar-se pelo branco e pelo preto", já que "o relativismo, que entrou muito claramente na nossa cultura - em conjunto com a laicização e outros traços 'pós-modernistas' -, levará a que as zonas cinzentas se tornem muito abrangentes".

"É preciso que as crianças percebam que há uma verdade, que não é tudo relativo - nem a circunstâncias, nem a culturas. Há uma verdade sobre as coisas. Temos que pensar que não podemos viver apenas no nevoeiro do cinzento", remata.

Comentários
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  • António Costa
    21 nov, 2015 Cacém 22:06
    "...as crianças desenvolvem muito cedo a noção de bem e de mal....". Se isso fosse assim, o Planeta Terra era um verdadeiro Paraíso. Porque o problema é saber o que é o Bem e o que é o Mal. Principalmente ensinar a diferença entre os dois. No Estado Islâmico também ensinam, às crianças de lá , o que é o Bem e o que é o Mal.
  • 20 nov, 2015 Porto 10:46
    Falar com elas? Algumas são verdadeiros terroristas
  • Rui
    20 nov, 2015 Lisboa 10:06
    Deve-se ensinar às crianças que os terroristas islâmicos são piores que o Papão, que o Lobo Mau e todas essas entidades que aterrorizam o imaginário infantil e que adoram matar a rajada de tiro e fazer explodir os meninos e as meninas.

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