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​Ricardo Salgado vai ser libertado

11 dez, 2015 - 16:30

Banqueiro estava em prisão domiciliária desde Julho.

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O juiz Carlos Alexandre revogou esta sexta-feira a medida de coacção de prisão domiciliária aplicada ao ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, que fica sujeito a apresentações periódicas às autoridades.

Ricardo Salgado fica a aguardar em liberdade o desenrolar do processo "Universo Espírito Santo", mas continua impossibilitado de se ausentar do país e de contactar com os outros arguidos do caso.

Ao contrário do que foi noticiado inicialmente, o banqueiro não terá de pagar mais 1,5 milhões de euros de caução, que o juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) tinha determinado em Novembro, após reavaliar a medida de coacção.

Tudo porque a redução da caução do caso "Monte Branco", em que Ricardo Salgado também é arguido, reverteu para a caução do processo "Universo Espírito Santo", explica a Procuradoria-Geral da República, em comunicado.

Salgado estava em domiciliária desde Julho

A 11 de Novembro, o Tribunal da Relação de Lisboa negou provimento ao recurso de Ricardo Salgado, no qual o ex-presidente do BES contestava a prisão domiciliária aplicada pelo TCIC, a 25 de Julho último.

No passado dia 24 de Julho, o ex-presidente do Banco Espírito Santo foi detido para ser ouvido no TCIC, no âmbito da investigação "Universo Espírito Santo", tendo ficado em prisão domiciliária.

A 21 de Outubro, a Procuradoria-Geral da República explicou que Ricardo Salgado poderia deixar de estar em prisão domiciliária, se pagasse uma caução de três milhões de euros, mas ficava sujeito "à proibição de contactos, designadamente com os restantes arguidos no processo, e à proibição de se ausentar para o estrangeiro".

A PGR esclareceu então que, "até ser proferido despacho que julgue válida a prestação de caução, o arguido permanecerá sujeito à obrigação de permanência na habitação".

Ricardo Salgado, ex-presidente executivo do BES, foi ouvido no âmbito do processo "Monte Branco", no dia 24 de Julho de 2014, tendo ficado em liberdade mediante a prestação de uma caução de três milhões de euros.

A 5 de Novembro último, a PGR informou que o TCIC decidiu baixar, de três milhões para 1,5 milhões de euros, a caução de Ricardo Salgado, no âmbito do processo Monte Branco.

Ao ver reduzida a caução do processo Monte Branco em 1,5 milhões de euros, o montante pago a mais por Ricardo Salgado transitou para o pagamento da caução de três milhões de euros, fixada para o processo do universo BES.

Ricardo Salgado voltou a recorrer do pagamento da caução que lhe fora imposta no âmbito do processo do universo BES, mas, agora, segundo a mesma fonte, foi libertado sem ter de pagar o milhão e meio de euros (1,5 milhões) em falta.

Além de Ricardo Salgado, foram também constituídos arguidos na investigação ao "Universo Espírito Santo" Isabel Almeida, ex-directora financeira do BES, que foi "braço direito" do antigo administrador Morais Pires, António Soares, ex-director do BES Vida, Pedro Luís Costa, ex-administrador do Espírito Santo Activos Financeiros, José Castella, antigo responsável pela tesouraria do Grupo Espírito Santo, e Cláudia Boal de Faria, que pertenceu à área de vendas e estruturação do BES, responsável pela área da poupança do Novo Banco.

Em causa na investigação ao "Universo Espírito Santo" estão suspeitas de falsificação, falsificação informática, burla qualificada, abuso de confiança, fraude fiscal, corrupção no sector privado e branqueamento de capitais.

[notícia actualizada às 19h11 - Ricardo Salgado não terá de pagar caução]

Comentários
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  • Pinto
    25 fev, 2016 Custoias 20:51
    Claro, os grandes crimes compensam, existe muita cumplicidade. Um país pequeno, mas grandioso na arte da criminalidade económica, e não à volta a dar.
  • Jorge
    12 dez, 2015 Lisboa 10:44
    Eu não percebo muito de leis mas com todas as qualificações que salgado tem poderia muito bem ficar a prestar serviço publico...
  • ANEDÓTICO
    11 dez, 2015 Lx 21:01
    Primeiro triplicam-lhe a pensão, depois libertam-no, quando já toda a gente sabe o que este senhor fez.... Este país é uma vergonha! O dinheiro pode tudo....! Quem tem razão é o Marinho Pinto....
  • Salgadeira
    11 dez, 2015 Salgados 19:19
    Os ricos (mesmo os muito poucos que enriqueceram a trabalhar) são sempre libertados porque têm dinheiro (roubado ou não) para comprarem a (in)justiça!
  • ABILIO MOREIRA
    11 dez, 2015 OLIVEIRA DE AZEMÉIS 17:33
    Atendendo aos termos e condições da renascença devo tratar por "ANJO" o dono disto e GRANDE PATRIOTA , que quando chegar ao tempo de prestar contas, se é que chegará, voará de algum sítio, tipo Spínola, para um outro "céu" onde o devem esperar outras almas para depenar...
  • fanã
    11 dez, 2015 aveiro 17:28
    Não sei porquê???................................mas mais nada me admira nem me choca num País onde a Justiça, é ... digamos........ASSIM!
  • Paulo
    11 dez, 2015 vfxira 17:15
    Afinal,o crime compensa e de que maneira,só mesmo neste país!.....
  • Penso Higiénico
    11 dez, 2015 Lx City 16:42
    Já há tanto tempo?! Tadinho! Tenho muita pena que dificultem deste modo a vida a um dos nossos melhores vigaristas do regime, que aliás até é muito conhecido lá fora...! Não sou só eu a conhecer a peça, pois destacou-se na sua atividade além fronteiras. Pode-se até falar num desempenho da trapalhice a nível multi-nacional.
  • Alberto Martins
    11 dez, 2015 Lisboa 16:37
    Agora que o grosso dos emigrantes lesados do BES já retornaram ao país para onde emigraram...já pode andar á vontade na rua. Entretanto temos estado desde Julho a paga segurança privada ao senhor ricardo através da PSP para que algum lesado mais indignado não lhe desse uns calduços...

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