17 dez, 2015 - 10:19
A partir de Janeiro, deverão chegar mais refugiados a Portugal ao abrigo do plano da União Europeia. A indicação é avançada à Renascença pelo presidente da União das Misericórdias.
“Começarão a vir mais refugiados em números mais elevados. Nesta primeira fase, Portugal não será, à partida, um país muito atractivo, as pessoas trazem nas suas expectativas outros países – a Alemanha em primeiro lugar – mas penso que, se o nosso acolhimento for o sucesso que nós esperamos, haverá mais pessoas a escolher Portugal”, refere Manuel Lemos.
Esta quinta-feira, ao início da tarde, chega o primeiro grupo, que será acolhido em diversas regiões do país. Manuel Lemos garante que está tudo a postos para receber estas pessoas, oriundas de diversos países.
Houve, contudo, um episódio menos positivo neste processo. O acolhimento de um casal de refugiados sírios na Marinha Grande motivou críticas por parte da autarquia local, que disse desconhecer a vinda dos dois jovens para o município. A Câmara da Marinha Grande estranha o facto de não ter sido contactada atempadamente pelo Ministério da Administração Interna.
Manuel Lemos desvaloriza o episódio e sublinha que “o bom senso recomenda que conversemos todos uns com os outros com calma”.
“A Associação Nacional de Municípios não esteve presente na última reunião onde terá sido manifestada a disponibilidade da Santa Casa da Misericórdia da Marinha Grande par receber as pessoas, mas também é importante que nestas reuniões não falte ninguém, senão estamos a parar o processo todo. Penso que é natural que haja, aqui e ali, uns pequenos ajustes”, explica.
As 24 pessoas que chegam a Portugal vêm da Síria, do Iraque, do Sudão e da Eritreia. Nos próximos dois anos, Portugal deverá receber cerca de 4.500 refugiados.
Entre Janeiro e Novembro chegaram aos Estados-membros 1,5 milhões de pessoas, segundo os registos das Frontex. De todas estas entradas, 940 mil pessoas pediram asilo nos países da União, ou seja, consideram que têm direito ao estatuto de refugiados, revelam os números do Eurostat.