21 dez, 2015 - 12:17
A partir de Janeiro, as crianças de risco vão receber a vacina contra a tuberculose. Portugal comprou a BCG um laboratório japonês, após mais um atraso no fornecimento pelo laboratório dinamarquês.
A subdirectora geral da Saúde explicou que, apesar de uma programação de entregas a partir do actual mês de Dezembro, o laboratório estatal dinamarquês informou as autoridades portuguesas de que as vacinas estavam novamente a ser analisadas. "As nossas vacinas estão neste momento na Dinamarca, encomendadas e à espera de ver o que se vai passar em termos de controlo de qualidade", disse Graça Freiras em saúde pública.
Perante este cenário, e uma vez que a vacina está em falta desde Março, a Direcção Geral da Saúde (DGS) procurou uma "fonte de fornecimento alternativa", tendo optado por uma vacina japonesa.
"Vamos conseguir alguns milhares de frascos e doses para o início de Janeiro e depois teremos a possibilidade de importar ao longo de 2016 mais vacinas ao Japão. Entretanto, vamos ver o que acontece à nossa encomenda da Dinamarca", adiantou.
Assim que as vacinas chegarem do Japão, serão administradas prioritariamente nas crianças de risco, que podem ser, por exemplo, as que pertencem a famílias imigrantes de países onde a taxa de tuberculose é elevada, como a Índia ou o Paquistão.
Também as crianças que vivem em zonas geográficas de Portugal onde a incidência de tuberculose é maior, bem como as familiares de doentes, serão consideradas prioritárias para as autoridades de saúde.
Graça Freitas explicou que, como "Portugal atingiu um nível de controlo da tuberculose muito grande, a população em geral não tem grande risco para contrair tuberculose".
A subdirectora geral da Saúde reconheceu que esta forma de vacinar - apenas a grupos de risco - poderá vir a ser a de um futuro próximo, estando essa possibilidade em análise pelos elementos da Comissão de Vacinação.
"A tendência natural, normal de todos os países e da maior parte da Europa ocidental - a própria Irlanda, que era como nós, está a mudar a sua estratégia de vacinação e a deixar de vacinar todas as crianças para vacinar apenas as crianças de risco - é que se deixe de vacinar todas as crianças e se passe a vacinar apenas as de risco", disse.
As dificuldades de fornecimento da BCG começaram em Março e estão ligadas a problemas com a produção de um laboratório dinamarquês que fabrica a vacina para a Europa.