22 dez, 2015 - 08:34
A Polícia Marítima portuguesa em missão na Grécia resgatou 1.700 refugiados entre Outubro e o início deste mês de Dezembro. Do total, 374 eram bebés e crianças.
Só na última sexta-feira, foram salvas mais 205 pessoas. “A maior parte chega em botes de borracha, normalmente com 50 pessoas a bordo. Em percentagem mais reduzida, vêm em embarcações de madeira, que já trazem mais de cem pessoas a bordo”, explica à Renascença o agente Figueiredo, chefe da missão portuguesa no mar Egeu.
“A maior parte são refugiados que vêm da Síria. Depois, há uns que vêm do Paquistão, Iraque, Afeganistão”, adianta, explicando que “o mar Egeu tem a particularidade de se alterar muito rapidamente. Podemos começar uma patrulha com o mar espelhado e passado duas horas ter um mar cavado com ondas de um ou dois metros” – particularidade que torna mais arriscada a travessia para a Europa.
O chefe da missão portuguesa diz ainda que, nesta altura do ano, o frio que se faz sentir coloca os refugiados em maior risco de vida, tendo em conta que há mais probabilidades de entrarem em hipotermia.
Mais de um milhão em 2015. Mais de 20 milhões desde 1992
Até dia 21 de Dezembro, chegaram à Europa (nomeadamente, à Grécia, à Bulgária, a Itália, Espanha, Malta e Chipre) mais de um milhão de refugiados e migrantes.
O número é avançado esta terça-feira pela Organização Internacional para a Migração (OIM), segundo a qual a grande maioria (816 mil) chegou via mar à Grécia.
Fogem à guerra – sobretudo, na Síria – e os dados recolhidos indicam que os conflitos armados devem continuar nos próximos anos. Segundo a ONU, mais de 70 milhões de pessoas foram obrigadas a largar as suas vidas, deixar as suas casas e trabalhos para procurar uma vida melhor.
A viagem para a Europa é feita de dificuldades e muitos morrem pelo caminho – segundo a Organização Internacional para Migrações (OIM) mais de três mil pessoas ficaram no Mar Mediterrâneo.
Desde 1992, o número de refugiados ultrapassa os 20 milhões e os pedidos de ajuda não cessam. Comparando com o ano passado, os pedidos de asilo aumentaram este ano perto de 78%.
A Turquia é o país que mais tem acolhido refugiados, devido à fronteira com a Síria e o Iraque.