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​GNR distribui manuais de segurança em braille a idosos cegos

04 jan, 2016 - 12:12 • Liliana Carona

Casal de Santa Comba Dão que já recebeu um manual considera a campanha positiva. “Os alertas nunca são demais”.

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Reportagem Liliana Carona - ​GNR distribui manuais de segurança em braille a idosos cegos
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Idosos e cegos são o público-alvo da campanha de segurança e prevenção de burlas da GNR de Viseu. Pela primeira vez, os militares da GNR de Viseu estão a entregar aos seniores invisuais manuais de segurança escritos em braille. Os livros assinalam o Dia Mundial do Braille, 4 de Janeiro, dia de nascimento de Louis Braille, criador deste sistema de escrita.

Casados há mais de 40 anos, Licínio e Aida Alho começaram a perder a visão ainda na infância. Aida Alho deixou de ver aos 12. “A minha mãe teve rubéola quando estava grávida de mim, já sabia que ia perder a visão”, recorda. O casal de reformados tem dois filhos. Licínio nunca viu bem e aos 33 anos deixou de ver completamente. “Já será hereditário, tenho mais duas irmãs que vêem mal, o meu pai também tinha problemas de visão", conta à Renascença.

Têm os dois 65 anos e partilham uma rotina em comum. “Fazer o almoço, lavar a roupa, passar a ferro”, salienta Aida. O marido dedica-se à “carpintaria, a tratar dos animais, cavar terra, a fazer de tudo um pouco”.

A rotina é interrompida pela visita dos guardas cabo Sousa e guarda principal Matilde Costinha, da GNR de Santa Comba Dão. Licínio aprendeu aos 18 anos a ler braille e recebe das mãos dos guardas um manual com conselhos de segurança.

“Nós já cá tínhamos estado no âmbito da operação 'Idosos em Segurança' e esses conselhos foram transcritos em braille”, explica o cabo Sousa.

Os dedos lêem o que os olhos não vêem e a voz é essencial para perceber quem vem por bem. Licínio abre o manual e começa por ler em voz alta: “Características dos burlões - homens e mulheres geralmente bem falantes, voz calma e carinhosa”. Para o sexagenário, a iniciativa é positiva. “Isto é muito bom porque os alertas nunca são demais, estamos sempre a cair em situações inesperadas. Hoje só tenho aqui uma vizinha, as pessoas foram morrendo”, lamenta Licínio.

O cabo Sousa deixa o número de contacto ao casal. “Poderão ficar com o nosso contacto directo, quando necessitarem, até para falar, liguem”, sublinhou. “Eu sei que vocês são uns queridos”, elogia Aida.

Esta acção conta com a colaboração da delegação local da Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO). No total vão ser entregues 11 manuais. Esta é a segunda vez que o comando da GNR de Viseu promove uma iniciativa do género. Em 2013 tinham sido elaborados panfletos da GNR em braille para crianças.

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