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Doente que morreu no S. José foi tratado “da forma mais correcta”

05 jan, 2016 - 16:11

Sem equipa especializada, e com o doente com um aneurisma roto, o médico de serviço no São José agiu de forma correcta, defende o presidente da Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia.

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O presidente da Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia (SPN), Carlos Vara Luiz, considera que o médico de serviço no Hospital de São José, em Lisboa, cumpriu todas as regras no caso de David Duarte, que sofreu um aneurisma e que acabou por morrer naquela unidade hospitalar.

“Este doente foi conduzido, do ponto de vista do médico que o conduziu, da forma mais correcta" possível, defende Carlos Vara Luiz em declarações à Renascença.

Sem equipa especializada, e com o doente com um aneurisma roto, o médico de serviço no São José agiu de forma correcta, defende o presidente da SPN. Para Vara Luiz, o doente não devia ter sido transferido para outro hospital, apesar de o São José não ter equipa especializada para o operar ao fim-de-semana.

“Não tem condições para o tratar, não tem uma equipa preparada para curar estes doentes. Estes doentes têm de ser operados por uma equipa altamente especializada, num ambiente próprio, que não tem. O que é que ele faz? Dá as melhores condições para os doentes, instala-os numa unidade de cuidados intensivos onde o doente é monitorizado e vigiado permanentemente e agenda o doente para a primeira oportunidade que tem para o operar”, defende.

Essa “primeira oportunidade” seria na segunda-feira de manhã, o que já foi tarde demais porque David Duarte morreu na madrugada de domingo, dia 14.

O presidente da SPN defende, contudo, que o tempo de espera para estes casos está dentro das normas. “Qual é o tempo que medeia entre o internar e o operar (isto se o operasse, o que infelizmente não aconteceu)? São 60 horas. O que é que dizem as boas normas internacionais sobre cirurgias precoces de aneurismas? Dizem que o doente deve ser operado nas primeiras 72 horas”, argumenta.

Também não era opção transferir o doente para outra unidade de saúde, diz Carlos Vara Luiz, “porque é um doente instável, que tem um aneurisma roto na cabeça e que pode romper a qualquer altura. Não é um doente para andar a ser transferido de ambulância”.

David Duarte, de 29 anos, foi transferido numa sexta-feira do Hospital de Santarém para São José, onde acabou por morrer com uma hemorragia cerebral enquanto esperava tratamento.

Este problema deve-se à suspensão das escalas de prevenção aos fins-de-semana da Neurocirurgia-Vascular desde Abril de 2014 e da Neuroradiologia de Intervenção desde 2013, no Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC), que engloba o São José.

Comentários
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  • daniel
    06 jan, 2016 Paião 09:38
    "Acham justo que uma pessoa trabalhe um monte de horas por semana, e no fim de semana ter de prescindir dos seus momentos familiares sem ser retribuído? " claro que é justo!!!, quem é que vai operar o canalizador??? eles são retribuidos pelo trabalho, cortaram nas horas extras como cortaram nas outras profissões da função publica, se recusaram a trabalhar, devia ser demitidos e julgados.. esta tudo a fugir às responsabilidades, sejam Homens e assumam a perda da vida humana!! Que palhaçada! O presidente da Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia (SPN) diz que agiram da forma mais correta, esta a fugir a responsabilidade e a ser cumplice do Sistema que provocou a morte ao David Duarte. Se agiram da forma mais correta porque estao a modificar a forma de tratar a criar escalas ao fim de semana nos hospitais de lisboa!?? que vergonha!
  • Joao
    06 jan, 2016 Lisboa 07:11
    Todos culpam os médicos/Hospital. Mas já ocorreu em olhar com um pouco mais de abrangência? Acham justo que uma pessoa trabalhe um monte de horas por semana, e no fim de semana ter de prescindir dos seus momentos familiares sem ser retribuído? Que tal começar a ver os senhores que, em seu dia, decidiram que estes médicos não necessitavam de trabalhar ao fim de semana porque não havia verbas? mas incrivelmente há sempre verbas para recapitalizar mais um banco..
  • Pedro Bisca
    05 jan, 2016 Lisboa 23:07
    Lamentavelmente as pessoas falam sem saberem a realidade. Se a soubessem, não escreviam o que escrevem, não chamavam os nomes que chamam e não maltratavam quem não merece. As notícias sobre este caso têm sido sempre tendenciosas. O trabalho jornalista tem sido sempre feito no sentido de denegrir o Hospital. Se soubessem toda a realidade, não escreviam as notícias como o fazem. Uma pessoa para ser operada tem de ter 1 ou mais cirurgiões, enfermeiros, 1 ou mais anestesistas, fora os auxiliares. Se esta equipa não estiver reunida, não vale a pena começar a operação. A juntar a isto vêm as questões de carácter técnico (médico). É tão simples chamar assassino a um médico só porque não fez uma operação. E as horas anteriores em que ele esteve a operar, porque houve um qualquer que resolveu dar um tiro nos miolos e não conseguiu morrer?
  • Isabel Reis
    05 jan, 2016 Lisboa 22:50
    é pena que numa situação destas não se encare a hipótese do "profissional/médico" indispensável (radioneurologista?) não aceitasse interromper o fim de semana, sem ganhar mais por isso, para salvar uma vida humana. Muitos outros profissionais qualificados trabalham para o Estado para além de qualquer horário sem retribuição extra.
  • José António
    05 jan, 2016 Lousa 22:21
    Ó Sr Doutour!!! Ele nem chegou a ser tratado!!! Foi TRANSPORTADO para o São José não se sabe fazer o que! Agora dizer a mesma pantomina que vêm nos relatórios de especialistas para os Juízes "Agiu de forma correcta de acordo com as normas internacionais" Vergonha! Falta de carácter para assumir um erro! UM ANEURISMA REBENTADO ESPERAR 72 HORAS? Você é mesmo médico??
  • joao costa
    05 jan, 2016 lisboa 22:03
    O que diriam então os arautos da conspiração se o doente tivesse sido transferido e tivesse morrido durante o transporte? As pessoas teem direito de criticar mas devem ler e informar-se sobre as decisões.Se este medico cobra caro é porque é bom, e se calhar devia ganhar mais do que os paspalhos que andam a dar pontapés na bola. Se ele fosse filho do ministro faziam a mesma coisa. Sim porque ao fim de semana as unidades de saude privadas chutam toda a gente para os hospitais públicos. Leiam antes sobre procedimentos hospitalares antes de criticarem e depois o poderão fazer. Sou utente do hospital de são jose desde que nasci e não troco este hospital por porcaria nenhuma privada.
  • Helder
    05 jan, 2016 Lisboa 21:52
    Isto é muito vergonha, é um ESCANDALO! Cada vez se pagam mais impostos neste triste país que é o nosso e nao se entende para onde migra esse dinheiro. Se o dinheiro dos nossos impostos nao serve para os termos bons professores para ensinar , bons médicos para curar, etc, entao para que é.... Este senhor mais valia que ficasse calado e enfiasse a cabeça num buraco que fazia melhor.
  • Joao
    05 jan, 2016 porto 21:47
    Que vergonha! Ainda pior do que a irresponsabilidade médica que até pode ter sido por negligencia é este tipo de afirmação onde ainda se tenta justificar o injustificável. Cursos tirados à custa dos contribuintes e depois deixam morrer gente com a desculpa de serem mal pagos. Deviam trabalhar numa confecção ou numa obra para saberem o que é ser mal pago e aprenderem a respeitar o proximo.
  • Joao
    05 jan, 2016 porto 21:47
    Que vergonha! Ainda pior do que a irresponsabilidade médica que até pode ter sido por negligencia é este tipo de afirmação onde ainda se tenta justificar o injustificável. Cursos tirados à custa dos contribuintes e depois deixam morrer gente com a desculpa de serem mal pagos. Deviam trabalhar numa confecção ou numa obra para saberem o que é ser mal pago e aprenderem a respeitar o proximo.
  • antonio veloso
    05 jan, 2016 lisboa 21:28
    Se fosse filho ou amigo de gente importante estava vivo, mas como era filho de gente pobre deixaram morrer. Os médicos esquecem que os seus cursos são pagos por nos contribuintes, as suas especialidades são pagas pelos contribuintes, mas quando tem de dar alguma coisa aos contribuintes que os formaram, dizem que são mal pagos e que não fazem, ........

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