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“Louca”, “surrealista”, “faraónica”. ACP promete travar nova 2ª Circular nos tribunais

06 jan, 2016 - 13:19 • João Carlos Malta

Automóvel Club de Portugal quer impedir que a requalificação 2º Circular avance. Se a Câmara de Lisboa for em frente com o projecto, os tribunais serão o destino.

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Interactivo: Compare a situação actual (à esquerda) com a proposta da autarquia (à direita)

O presidente do Automóvel Club de Portugal (ACP) diz que vai travar a todo o custo a ideia da Câmara de Lisboa da Lisboa para requalificar a 2ª Circular. Se a autarquia presidida por Fernando Medina quiser continuar com o projecto, Carlos Barbosa promete que o caso se resolverá nos tribunais.

“Só um louco é que pode fazer uma proposta destas, porque não temos alternativas. O eixo Norte-Sul ainda não é alternativa à 2ª Circular e a A5 ainda não está ligado ao Eixo Norte-Sul. É uma via muito importante de ligação para cidade, uma via de atravessamento importantíssima”, diz Carlos Barbosa à Renascença.

“Só uma pessoa que não percebe absolutamente nada ou que quer prejudicar a vida das pessoas é que pode pensar em fazer um projecto daqueles. Vamos contestar obviamente e se for preciso vamos para tribunal, porque não podemos deixar que continuem a brincar connosco”, garante o presidente do ACP.

O documento com o projecto inicial está em discussão pública na edilidade até dia 15 de Janeiro. Será depois novamente discutido em Assembleia Municipal. Carlos Barbosa promete entregar, neste período, um “documento contra esta proposta na câmara”.

Se não for suficiente, o ACP vai “para tribunal com providências cautelares”. “Não podemos permitir que estes dois senhores [José Sá Fernandes, vereador da Estrutura Verde e Energia, e Manuel Salgado, vereador do Urbanismo] prejudiquem milhares e milhares de lisboetas”, acusa.

O projecto da autarquia da capital prevê a redução da velocidade na 2ª Circular dos actuais 80 km/h para 60 km/h, a arborização do separador central com diminuição da largura das vias e a eliminação de algumas saídas. O projecto quer transformar aquela via rápida numa “via de perfil urbano”, transferindo o trânsito que ali passa diariamente para o Eixo Norte-Sul e para a CRIL.

“Louca”, “surrealista”, “faraónica”

Carlos Barbosa não poupa nos adjectivos à ideia da autarquia: “louca”, “surrealista ” e “faraónica” são alguns deles. E usa ainda outros exemplos de alterações projectadas para a cidade, para demostrar como tem sido, no seu entender, desastrosa a política de urbanismo deste executivo camarário.

“Querem destruir a Avenida da República com passeios que vão coabitar com bicicletas e peões e agora têm esta ideia louca e surrealista da 2ª Circular. Não podemos permitir que essas pessoas andem a solta a fazer o que lhes apetece só porque têm uma maioria na câmara. Não podem prejudicar a cidade, porque a mobilidade em Lisboa é muito mais importante do que esses projectos faraónicos que eles querem deixar quando forem corridos em 2017”, vaticina.

Barbosa compara esta ideia à de criar “seis faixas por sentido na ponte sobre o Tejo”, ou seja, é “irrealista”. O presidente do ACP diz que bastaria “pôr dois radares no meio da 2ª Circular para a velocidade se manter constante”. E acrescenta que há cinco anos esse estudo foi feito pela “comissão de radares”, mas que António Costa, ex-presidente da Câmara de Lisboa, nunca o aplicou.

“A solução para os engarrafamentos era manter uma velocidade constante. Há um radar no princípio e outro no fim faz um harmónio que faz os carros parar e cria grandes bichas”, lembra.

Por fim, Carlos Barbosa diz que do actual projecto só se aproveita a ideia de reasfaltar a via. “O piso está uma vergonha”, sublinha. De resto, as maquetes da nova 2ª Circular, na opinião do presidente do ACP, devem “ir para o lixo”.

Comentários
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  • Fernando Palrilha
    03 mai, 2016 Vila Nova de Milfontes 09:16
    Acho muito bem o que o presidente da ACP está a fazer ao contrário de alguns que comentaram aqui (LEONARDO),que não percebem nada disto, penso que o presidente da ACP só quer o melhor para todos e alguns não o merecem (LEONARDO)
  • Eu
    02 fev, 2016 Lisboa 13:34
    Há empresas com maquinas para o alcatrão que não tem trabalho. Estão a ajudar o desemprego.....
  • Rodolfo
    26 jan, 2016 Lisboa 00:51
    A Câmara de Lisboa primeiro com António Costa e agora com Sr. Medina que são feitos da mesma massa, só têm prejudicado a cidade com novas orientações do transito automóvel. Exemplo: a nova orientação das laterais da Av. Liberdade , uma vez vai para baixo , uma vez para cima, ninguém percebe o objectivo e o efeito é um caos, a despesa publica custou milhões. Outra: o atrofiamento do eixo Ocidente - Leste pela Ribeira das Naus. Estreitamento e fecho da via , os engarrafamentos e atrasos que se tem são escandalosos, como se pode ter tamanha estupidez com tais projectos que custaram muitos milhões ao contribuinte? A Camara de Lisboa desrespeita completamente aquele que trabalha e se tem que mover em Lisboa e arredores com a viatura. Não tem nada a ver com a utilização de transportes públicos , há muita gente com micro, pequenas e médias empresas na cidade que fazem a sua actividade de vendas e transportes na grande Lisboa e não podem prescindir da viatura! Este projecto da 2. circular vai paralisar mais ainda a circulação neste importante eixo e visa tornar impossivel a circulação na cidade. O ACP nada vai conseguir, já tentou travar outros projectos do então Antonio Costa, mas de nada valeu! Contra Antonio Costa e seus descípulos não há nada a fazer , levam as suas ideias e decisões avante , sem perguntar ninguèm, sem respeitar opiniões e na base de uma ditadura já há muito não vista em Portugal.
  • jose gomes
    24 jan, 2016 lisboa 00:20
    Baixar o limite de velocidade vai ter duas consequências: 1) nenhum impacto nas horas do dia em que se circula ja hoje abaixo de 60 km 2) reduzir a capacidade de escoamento (medida em carros que passam por segundo) nos restantes periodos do dia. Com isso passarão tambem a existir engarrafamentos a essas horas do diae sera desviado mais trafego para o interior da cidade. Conforme previsto no estudo da camara, a avenida a Alameda D Henrique e a Av Marechal Spinola (onde, curiosa e sensatamente se pode circular a 80km/h sem problemas e que desemboca na ja congestionada Av EUA) terao tambem acrescimos de trafego e "engarrafamentos" adicionais
  • Leonardo
    10 jan, 2016 Lisboa 13:03
    Foi por estas e por outras posições do presidente do ACP que deixei de ser sócio. Um club que representa apenas o automóvel e não o cidadão que o conduz não devia existir. A não ser que eles esteja a antever uma rápida evolução da inteligência artificial e meta os carros pagar quotas quando estes forem autónomos. Como ainda não são, e são pessoas, que independentemente das suas preferências e hábitos de locomoção tem o direito a viver numa cidade sustentável, democrática e não numa ditadura automobilística. A 2ª circular foi idealizada quando a cidade não chegava aos limites actuais nem havia o tráfego actual. Hoje em dia com tanta oferta, ter um via desta densidade no coração de Lisboa, é como ter um muro em Berlim! Não faz sentido, e deve ser minimizado o impacto. Ora, o Presidente do ACP, só pode ser ou ditador ou fanático!
  • Rogerio Santos
    08 jan, 2016 Oeiras 20:14
    Que imobilismo Salazarento e reacionário ! Vindo do ACP não admira !
  • José
    08 jan, 2016 Sintra 16:24
    Sr. Carlos Barbosa cuidado com o nervoso. Apresente alternativas e deixe-se de tretas!
  • Alvaro Rosa
    08 jan, 2016 Lisboa 16:12
    Não entendo esta posição do ACP,a não ser que queira fazer da 2ª Circular, o Autódromo doEstoril, porque é isso que se passa na 2ª Circular.Pois a velocidade maxima é 80Km. e a utilizada é os 120 e 130Km. Se o ACP acha isto bem,então comece a pensar que isto está mal.
  • João Nuno
    08 jan, 2016 Lisboa 14:29
    Não concordo consigo sr. Carlos Barbosa Lisboa é a capital europeia com menos espaços verdes . Fernando medina avance com o projecto o mais rápido possível não ligue a gente idiota.
  • Luís Montalvão
    08 jan, 2016 Lisboa 11:13
    Realmente parece que a CML está aposta a transformar o trânsito de Lisboa num caos. Já não bastam as obras calamitosas feitas no Terreiro do Paço, na Avenida Ribeira das Naus e no Cais do Sódre, que transformaram a vida num inferno, a quem tem que atravessar aquela zona, ainda que apenas de autocarro.

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