08 jan, 2016 - 12:09 • Cristina Nascimento , Fátima Casanova
O Ministério da Educação decidiu criar provas de aferição em três anos, antes do fim de ciclo, para "poder agir atempadamente sobre as dificuldades detectadas". Os exames do 9.º ano vão manter-se. A prova de Inglês no 9.º ano, que neste ano lectivo iria contar para a avaliação dos alunos, não faz parte do modelo do novo Governo.
A tutela revelou esta sexta-feira, em comunicado, o plano de avaliação que o Governo quer implementar. Este ano, os alunos já farão provas de aferição no 2º, 5º e 8º ano de escolaridade.
O Governo quer que sejam avaliadas todas as áreas do currículo. No entanto, neste ano lectivo, os alunos destes anos apenas farão prova a Português e Matemática e só a partir do próximo ano lectivo (2016/2017) é que será feita a aferição das restantes áreas curriculares.
"No final do ensino básico (9.º ano) são realizadas provas finais nas disciplinas de Português e de Matemática, no regime em que decorrem desde 2005", acrescenta a nota de imprensa.
O ministério esclarece ainda que, este ano, as provas de aferição do 2.º e do 5.º ano serão realizadas na última semana de aulas e as do 8.º após a última semana de aulas, em datas compatíveis com o restante calendário de avaliação externa.
Já as provas do 2.º ano de escolaridade "serão, por regra, realizadas nas escolas dos alunos, em situação habitual de sala de aula e aplicadas pelos seus professores".
O Ministério da Educação acrescentou, no documento divulgado, que estão neste momento a ser produzidas as alterações legislativas necessárias à aplicação destas medidas.
A prova de Inglês ("Preliminary English Test") no 9.º ano não é referida no comunicado do Ministério da Educação. Fonte oficial da tutela disse à Renascença que "a prova é suspensa, dada a incompatibilidade dos termos de aplicação com o modelo de aferição e avaliação agora proposto".
Fim do modelo Crato
Este modelo vem substituir o instituído por Nuno Crato, em que existiam provas finais no 4.º e no 6.º ano a Português e Matemática, para que os alunos realizassem exames no final de cada ciclo de ensino.
As provas começaram por ter uma ponderação de 25%, a título transitório, acabando por valer 30% na nota final do aluno, à semelhança dos exames do 9.º ano (3.º Ciclo) e do ensino secundário.
Anteriormente, os alunos mais jovens realizavam provas de aferição, destinadas a avaliar o estado das aprendizagens e a identificar dificuldades, mas sem contar para a nota.
Nuno Crato decidiu também fazer uma parceria com o Instituto Cambridge para a realização de uma prova de inglês nas escolas públicas, de realização obrigatória no 9.º ano.
[Notícia actualizada às 19h15. O exame de Inglês no 9.º ano foi suspenso]