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PSD e CDS vão votar contra requalificação da 2ª circular

09 jan, 2016 - 10:02

Os dois partidos de direita defendem que a proposta está "pouco amadurecida", tendo apenas em vista que as obras estejam "concluídas antes das eleições" autárquicas de 2017.

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Os vereadores do PSD e CDS-PP na Câmara de Lisboa vão votar contra o projecto da autarquia para a Segunda Circular caso não haja alterações, por considerarem que é feito "à pressa" e terá impactos na circulação automóvel.

“Estamos muito cépticos e preocupados com o impacto e com a falta de previsão do impacto que a intervenção vai ter e, nesse sentido, faremos oposição à proposta", disse à Lusa o social-democrata António Prôa, questionando os benefícios da intervenção na circulação na cidade.

Para o autarca, a proposta está "pouco amadurecida", tendo apenas em vista que as obras estejam "concluídas antes das eleições" autárquicas de 2017.

Também para o centrista João Gonçalves Pereira há "uma pressa desmedida para cumprir um calendário eleitoral".

Acresce que, para o responsável, existe "um problema de legitimidade programática", pois o projecto "não estava no programa eleitoral" do PS (em maioria na Câmara), razão pela qual votará contra.

"Estamos, mais uma vez, perante um experimentalismo socialista que brinca com a vida dos lisboetas", salientou.

Pelo PCP, Carlos Moura considerou que esta é uma "proposta bastante complexa" por existirem "poucas alternativas" à Segunda Circular.

"A mudança de perfil é uma coisa que não podemos deixar de olhar com simpatia, mas ao mesmo tempo temos [...] a preocupação de saber como é que se resolve esse problema" do trânsito, assinalou o comunista, frisando a necessidade de ter uma rede de transportes públicos adequada.

Carlos Moura indicou que o partido se deverá abster aquando da votação da proposta.

Até à próxima sexta-feira está em consulta pública no “site” da Câmara de Lisboa o projecto que a maioria socialista no executivo propõe para a Segunda Circular. Só depois deste prazo a proposta será apreciada pela autarquia.

O objectivo da intervenção é diminuir o tráfego de atravessamento na Segunda Circular através da reformulação de alguns acessos (prevendo-se a eliminação de dois entrecruzamentos na zona do Campo Grande através do fim da ligação da azinhaga das Galhardas à Segunda Circular) e dos nós de ligação ao IC19 (itinerário complementar) e à A1 (autoestrada), encaminhando o trânsito para a CRIL (Circular Regional Interior de Lisboa).

Prevê-se também a implantação de um separador central maior e arborizado, a redução da largura das vias, a montagem de barreiras acústicas, a reabilitação da drenagem, a renovação da iluminação pública e sinalética e a redução da velocidade, de 80 para 60 quilómetros/hora.

Estima-se que as obras custem 10 milhões de euros e se iniciem no primeiro semestre deste ano, tendo a duração de 11 meses.

A presidente da Junta de Freguesia de Benfica, Inês Drummond (PS), salientou que "vai haver uma redução em 50% do ruído, o que é importantíssimo, sobretudo na zona do [centro comercial] Fonte Nova, onde uma das grandes reclamações tem a ver a poluição sonora".

Já em Alvalade, o "limite verde [separador arborizado] na fronteira norte da freguesia vai reduzir o ruído para os moradores dos bairros São João de Brito e Fonseca e Calçadas e melhorar a qualidade de vida", segundo o presidente, André Caldas (PS).

O autarca de Carnide, Fábio Sousa (PCP), sustentou que "o período de discussão pública devia ser alargado".

Posição semelhante tem o presidente da concelhia de Lisboa do PSD, Mauro Xavier, para quem esta "não é propriamente a melhor altura" para realizar a consulta pública.

Comentários
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  • ana maria
    12 jan, 2016 lisboa 17:43
    Lisboa tem tantas "pequenas obras" indispensáveis e prioritárias que me faz muita confusão esta GRANDE obra sem muito mais participação e discussão dos lisboetas...pessoalmente discordo!
  • Puro revanchismo
    10 jan, 2016 Lis 14:12
    Com a passagem a via urbana da 2ª circular e consequentemente deveriam ser abolidas as portagens da CREL e CRIL para adequado escoamento do trafego! Lisboa ficará melhor servida e beneficiarão os municipes e o trafego. Era isto que qualquer presidente de uma organização ou associação automovel deveria pedir! Em qualquer cidade, (por exemplo, Paris, Madrid, Berlim, Munique, e tantas outras europeias que nem são capitais dos paises), de qualquer país civilizado as rodovias do tipo CREL ou CRIL não devem ser portajadas! São infraestruturas que pela sua natureza servem para desviar o fluxo de trafego dos centros das cidades. É essa a sua função! Só num país de mentecaptos e de tecnicos de bancada opinativos, é que se pode portajar semelhantes vias! Por outro lado, o presidente do ACP deveria saber isto! Já agora talvez não fosse desaconselhavel que, aquele sr, a viver em Cascais, se preocupasse com muito do mau ordenamento de trafego que é feito na cidade onde habita! Por que razão não o faz? Amizades politicas?...
  • José Brás
    10 jan, 2016 Montemor-o-Novo 10:56
    Quem acha que a redução da velocidade máxima para 60 Km/hora na 2.ª circular, será causadora de maior engarrafamento do transito, ou está extremamente mal informado sobre experiências deste tipo realizadas noutros espaços urbanos, ou então o faz apenas por conveniência partidária (ver PSD/CDS) ou por conveniência económica (ver Barbosa/ACP). Na verdade, é seguro que fluência do tráfego melhorará inclusive no rácio veiculo/hora.
  • Pedro pereira
    10 jan, 2016 Lisboa 09:57
    Proibição de andar a mais de 60 km/hora numa via daquelas serve a quem? Apenas a quem quer angariar mais uns votivos.............viva a democracia popular!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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