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Autarca de Lisboa diz que há mais vozes a favor do que contra mexidas na 2ª Circular

12 jan, 2016 - 01:48

"Este projecto vai avançar", garante Fernando Medina, que não receia a possibilidade de providências cautelares contra a intervenção.

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O presidente da Câmara de Lisboa desvaloriza as críticas ao projecto da autarquia para a 2ª Circular, assegurando que tem havido mais vozes favoráveis do que contra a intervenção, que inclui alterações em nós de acesso e na velocidade.

"Tem havido críticas ao projecto, mas tem havido muito mais vozes na defesa do projecto e é precisamente esse o objectivo de uma consulta pública: é ouvir as opiniões das várias pessoas sobre o projecto [...] para, com base nessa opinião, podermos adaptar, melhorar e incorporar os contributos que surjam para a melhoria do nosso projecto", afirmou Fernando Medina, que falava em conferência de imprensa nos Paços do Concelho sobre o plano "Pavimentar Lisboa", no qual se insere a pavimentação da 2ª Circular.

O autarca socialista salientou que "há aqueles que não leram o projecto e que criticam aspectos que não estão" no plano, tais como a redução do número de faixas (que não está prevista), a alteração da largura das vias (que já existe numa parte da estrada, mas será aplicada noutras zonas) e a criação de ciclovias (que também não está prevista).

"A transformação da 2ª Circular numa ‘boulevard’, [...] infelizmente não é o nosso projecto. A 2ª Circular vai continuar a ser uma via viária que vai servir automóveis. Queremos que, naturalmente, sirva a melhoria da qualidade de vida da cidade, mas não [...] vão circular pessoas nem vai ter lojas nem parques infantis", assegurou, recusando a ideia de transformar a 2ª Circular numa avenida.

Até à próxima sexta-feira está em consulta pública no site da Câmara de Lisboa o projecto da maioria socialista no executivo para a 2ª Circular, que visa diminuir o tráfego de atravessamento na 2ª Circular através da reformulação de alguns acessos e dos nós de acesso ao IC19 (itinerário complementar) e à A1 (auto-estrada), encaminhando o trânsito para a CRIL (Circular Regional Interior de Lisboa).

"O número de entradas e saídas [são 31 ao todo] e a forma como elas estão desenhadas não permitem que os carros entrem com segurança na 2ª Circular nem saiam em segurança. É um perigo para quem entra e um perigo para quem circula e simplesmente haver esses nós e essas configurações cria atrasos [...] e engarrafamentos. Este projecto, o que faz, é resolver esses problemas", sintetizou Medina.

Prevê-se também a implantação de um separador central maior e arborizado, a redução da largura das vias, a montagem de barreiras acústicas, a reabilitação da drenagem, a renovação da iluminação pública e sinalética e a redução da velocidade, de 80 para 60 quilómetros/hora.

Falando sobre a intenção de o Automóvel Club de Portugal avançar com uma providência cautelar para contestar o projecto e das críticas da oposição na Câmara (PSD e CDS já disseram que vão votar contra), Fernando Medina frisou: "Estamos num Estado de direito, cada um coloca como coloca, mas [...] também não me esqueço do calendário no qual estamos a entrar e em que muitas das críticas se inserem e têm espaço de debate político-partidário".

"Este projecto vai avançar", assegurou o responsável, referindo que nem o facto de a intervenção "não ter avançado no passado" vai demover a autarquia.

Medina recordou ainda que a obra está prevista no Plano Director Municipal de 2012 e está relacionada com a conclusão da CRIL.

Estima-se que as obras custem 10 milhões de euros e se iniciem no primeiro semestre deste ano.

Já em 2010 o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, defendeu que era necessário redesenhar a Segunda Circular, uma vez que a via estava "cada vez mais transformada numa grande auto-estrada" com "poucas entradas e saídas".

"Com a conclusão da CRIL, é possível transformar a Segunda Circular numa via de carácter mais urbano, mais próximo do conceito de `boulevard`. Há uma série de oportunidades a estudar", referiu na altura à Lusa.

Comentários
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  • ZUCA
    27 jan, 2016 almada 19:15
    Realmente há muitos mais ouvidos surdos dos arquitectos o que se compreende pois sao artistas do espaço e do desenho com dificuldade em compreender a exequibilidade das suas utopias. Desde que Lisboa ficou nas maos da arquitectura vanguardista só se veem monos por todo o lado. Aliás, deve-se reconhecer que as zonas de lisboa mais bonitas e bem urbanizadas de Lisboa sao as zonas edificadas na décadas de 50/60 onde excelentes arquitectos deixaram o seu traço e a engenharia marcou um período de desenvolvimento.
  • José Augusto Gloria
    27 jan, 2016 Cascais 18:06
    Ponho todas as duvidas no que esse Sr. refere ....pois das conversas na praça publica não consigo "encontrar" quem concorde com esse projecto! O Sr. Medida quer mostrar obra porque não foi eleito e, até agora, não fez nada pela cidade. Porque ele sabe quem não ganhará as próximas eleições e, em desespero, quer fazer obra sem medir as consequências....pois não se conhece a experiência de quem está a fazer esse projecto......
  • Vasco
    12 jan, 2016 Santarém 21:56
    Dez milhões para alterar a 2ª circular e depois quantos mais vão ser necessários para uma alternativa pois nem sequer de parques de estacionamento a cidade dispõe ás entradas servidos de transportes públicos "quando estes trabalham" para que os automobilistas aí possam deixar as suas viaturas e seguirem nestes, parece ser mais uma obra começada pelo telhado à boa maneira portuguesa e que nos irá custar caro como de costume.
  • Fernando Magalhães
    12 jan, 2016 Massamá 15:45
    Mesmo que seja verdade, isso não significa que a intervenção seja positiva...
  • Projecto urgente
    12 jan, 2016 Lx 10:48
    E quanto antes! Já deveria estar pronto. A todos os que estão contra aconselho que não opinem ignorantemente e apenas com interesses de clubite partidária, que aprendam o que significa na ciencia Fisica o que é a "tolerancia zero". Se acham que existem engarrafamentos sucessivos na 2 circular, então é porque a mesma está incapacitada para o fluxo de trafego existente e portanto só se resolve com a diminuição da velocidade de circulação, de forma a diminuir o problema do "pára, arranca". Assim, a melhor das medidas será posicionar a 2 circular como uma via essencialmente urbana e não continuar a ser uma via rapida estruturante, de distribuição de trafego. Isso deverá ser feito pela CRIL e pela CREL, sem portagens. Por outro lado com esta solução camararia recordo que está também prevista a criação de um parque de diversões, na zona, para substituir a antiga "feira popular". Portanto, são projectos integrados que virão dar mais vida à cidade.
  • É melhor avançar
    12 jan, 2016 Lx 10:10
    E quanto antes! Já deveria estar pronto. A todos os que estão contra aconselho que não opinem ignorantemente e apenas com interesses de clubite partidária, que aprendam o que significa na ciencia Fisica o que é a "tolerancia zero". Se acham que existem engarrafamentos sucessivos na 2 circular, então é porque a mesma está incapacitada para o fluxo de trafego existente e portanto só se resolve com a diminuição da velocidade de circulação, de forma a diminuir o problema do "pára, arranca". Assim, a melhor das medidas será posicionar a 2 circular como uma via essencialmente urbana e não continuar a ser uma via rapida estruturante, de distribuição de trafego. Isso deverá ser feito pela CRIL e pela CREL, sem portagens. Por outro lado com esta solução camararia recordo que está também prevista a criação de um parque de diversões, na zona, para substituir a antiga "feira popular". Portanto, são projectos integrados que virão dar mais vida à cidade.

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