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Trabalhar 35 horas por semana. Sindicatos rejeitam tese do aumento de custos

13 jan, 2016 - 08:35 • Ana Carrilho

A reposição das 35 horas semanais de trabalho é discutida esta quarta-feira no Parlamento. Em cima da mesa está já um pré-aviso de greve da Frente Comum e uma ameaça da FESAP.

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A carga semanal de trabalho deverá voltar a ser de 35 horas, em vez das actuais 40. Resta saber quando e como. Os patrões dizem que a redução do horário tem custos e dificilmente será feita sem aumentar a despesa pública com pessoal - condição imposta pelo programa do Governo.

O argumento é que menos horas de trabalho implicam mais horas extraordinárias ou mais gente. Mas os sindicatos rejeitam essa lógica e dizem que basta acabar com a requalificação. Só aí há mais de 800 trabalhadores disponíveis para voltar aos serviços, sustenta José Abraão, do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP).

“De uma cajadada, o Governo mata dois coelhos e cumpre duas promessas eleitorais”, sublinha, em declarações à Renascença.

As organizações sindicais querem que as 35 horas entrem em vigor de imediato e para todos os trabalhadores a exercer funções em organismo públicos, com contrato de trabalho em funções públicas ou abrangidos pelo Código de Trabalho.

Não aceitam que funcionários dos mesmos serviços e com as mesmas funções, a trabalhar lado a lado, tenham cargas horárias diferentes – no caso, 35 ou 40 horas.

A proposta inicial do PS apontava para entrada em vigor no dia 1 de Julho, mas já há quem admita antecipar a data. É a reacção à ameaça de greve dos sindicatos da função pública, caso o executivo não recue na data.

Esta quarta-feira, o Parlamento discute a reposição das 35 horas semanais de trabalho. As propostas do Bloco de Esquerda e dos Verdes dão um prazo de cinco dias após a aprovação para entrada em vigor, enquanto a do PCP dá 30 dias.

O mais certo é que todas sejam aprovadas e baixem para discussão na especialidade.

Fonte do Ministério das Finanças garante à Renascença que o Governo vai aproveitar o período de discussão dos diplomas para introduzir "soluções" que travem a despesa com pessoal.

A Frente Comum já entregou um pré-aviso de greve para dia 29 e a FESAP ameaça com outra paralisação. O aumento da crispação no sector depende da discussão desta quarta-feira na Assembleia da República e das reuniões negociais, da parte da tarde, com a secretária de Estado da Administração Pública.

Comentários
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  • Barbeiro
    15 jan, 2016 Braga 20:03
    É triste ler o que dizem estes sindicatos para a função pública, o horário de 35 horas semanais; enquanto nós, como patrões, desses mesmos temos um horário de 45 horas semanais. Ou seja, damos mais direitos as nossos émpregados do que aqueles a que temos direito. Ou não somos todos nós contribuintes, que pagamos os nossos impostos o Estado português, Patrão da função pública
  • antonio figueiredo
    13 jan, 2016 Lisboa 11:17
    Estamos já a assistir ao que alguns chamam de colaboração comunista : Isto é o principio, em breve iremos ver mais . O PS que se cuide e se prepare para obedecer... senão, larga o governo logo de imediato . Isto é assim: quem manda pode. E o PCP pode , quer, manda e o PS obedece!!!
  • manuel
    13 jan, 2016 porto 11:04
    afinal estas e que sao as igualdades de abril cidaoes de 1 e 2
  • Alberto Martins
    13 jan, 2016 Lisboa 10:45
    Já via sendo altura de se acabar com chavões que a realidade desmente. 1º Mais horas mais produtividade...falso:" Patrões e sindicatos são unânimes ao considerar que a supressão de quatro feriados desde 2013 não aumentou a produtividade, com a CGTP e a UGT a exigirem a sua reposição este ano e as confederações a reivindicarem compensações." 2º E o privado? Há anos que o privado tem o horário de 35h00 e outros entre os quais as 40h00... 3º Adaptar os serviços ás pessoas...verdade...coma as 40h00 existiu uma adaptação dos serviços ás pessoas? Não. Os serviço limitaram-se a fazer a adaptação dos serviços ao novo horário dos seus funcionários.
  • Pagante
    13 jan, 2016 Lisboa 10:36
    É só acabarem com a enorme quantidade de Pessoal Dirigente que há no Estado, sendo que nestes últimos 4 anos, o PSD + o CDS inundaram a FP de dirigentes intermédio de 1º, 2º, 3º 4º e 5º grau, que se dirigem a eles próprios. Cambada de corruptos.
  • É isto é!
    13 jan, 2016 aié! 10:33
    Os trabalhadores já tinham 35 horas. Este camelo que governou 4 anos aumentou mais uma hora para os trabalhadores trabalharem mais e receberem menos, cortou subsídios, e ainda teve o desplante de retirar feriados, facilitou os despedimentos...para os patrões pagarem menos e contratarem a metade do salário, mas foi para facilitar os patrões, porque o pais e as pessoas estão na merda, sem dinheiro para nada....
  • To
    13 jan, 2016 setubal 10:23
    Agora já não é constitucional...é só dar...já sabemos onde isto vai parar! Para ser mais rápido...para presidência Vota Tino Rans
  • Pit
    13 jan, 2016 Lisboa 10:17
    Querem aumentar a produtividade, mas toda a gente pensa em redução do horário de trabalho... Quando o serviço publico se devia adaptar às pessoas, temos horarios das 9 as 18, com hora de almoço, onde o trabalhador privado tem de tirar dias, ou horas de trabalho para resolver burocracias. Para quando adaptar os serviços às pessoas?
  • olga
    13 jan, 2016 aveiro 09:33
    e para o privado????

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