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Orçamento da saúde vai ser um “exercício muito difícil”, mas “vamos cumprir os compromissos”

20 jan, 2016 - 13:21

Ministro Adalberto Campos quer reduzir 10% de urgências hospitalares para investir em cuidados primários e para fixar os médicos em regiões necessitadas, pretende proporcionar uma progressão da carreira mais rápida.

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O orçamento para a saúde vai ser difícil, mas o Governo pretende cumprir tudo o que prometeu. A garantia foi dada no parlamento pelo ministro da Saúde.

Ouvido na comissão parlamentar de saúde, Adalberto Campos Fernandes reconheceu as dificuldades na gestão do dinheiro para este ano. “Vai ser um exercício muito difícil pelas razões que todos conhecemos: a necessidade de cumprir as metas e os compromissos internacionais e os compromissos políticos feitos a nível interno. O que posso garantir é que cumpriremos rigorosamente tudo o que está escrito no programa”.

Na sua intervenção disse que “dentro da escassez orçamental”, o executivo vai trabalhar na “qualidade e inteligência das escolhas” e na substituição das “escolhas erradas pelas certas”.

O ministro disse ainda que quer reduzir 10% das urgências hospitalares, uma medida com a qual espera poupar 48 milhões de euros anuais, necessários para investir nos cuidados de saúde primários.

Na sua primeira audição na Comissão Parlamentar da Saúde enquanto ministro, e a propósito do exercício orçamental para este ano, Adalberto Campos Fernandes insistiu nas escolhas e exemplificou com a área das urgências hospitalares. Para o governante, "este dinheiro seria muito mais bem utilizado na abertura de mais Unidades de Saúde Familiar (USF) e na contratação de mais médicos e enfermeiros de família".

Referiu que pretende "fazer coisas diferentes, com o mesmo dinheiro".

Como fixar os médicos?

Outro exemplo apontado, nomeadamente para fixar os médicos em regiões desguarnecidas destes profissionais, como o Algarve, passa por proporcionar uma progressão da carreira mais rápida para os que optem por ir para essa zonas.

"Porque não o jovem cardiologista chegar a chefe de serviço mais depressa, por ter passado por unidades de saúde nestas regiões?", questionou.

À margem da audição disse aos jornalistas que o Ministério da Saúde está a estudar uma forma de os médicos com mais de 55 anos continuarem a fazer urgências, por considerar que estes são uma garantia de segurança clínica do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O ministro disse que "seria muito importante" os médicos com mais de 55 anos poderem fazer urgências. Questionado sobre a forma como a equipa ministerial vai convencer estes profissionais a fazer urgências após os 55 anos, Adalberto Campos Fernandes lembrou que está em curso uma nova fase da reorganização das urgências.

Já em resposta à deputada Isabel Galrriça Neto, o governante garantiu que o Governo não tem qualquer preconceito contra as Misericórdias

O ministro está a ser ouvido na Comissão Parlamentar da Saúde, a pedido do PCP, na sequência da morte de David Duarte, no hospital São José.

Comentários
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  • Manuela Santos
    20 jan, 2016 Porto 16:43
    Gostava de perceber como vamos conseguir manter os hospitais a funcionarem com o mesmo orçamento de 2015 se vamos ter aumentos das despesas com os custos resultantes da eliminação progressiva da redução remuneratória e da redução do horário de trabalho para 35 horas, o impacto no meu hospital com estas medidas é equivalente ao gasto anual com medicamentos. Como as receitas não aumentam e as despesas aumentam lá vai a divida aos fornecedores aumentar. A redução do horário de trabalho para as 35 horas é outra medida absurda, nos hospitais temos equipas com elementos a trabalhar 35 horas e outros 40 horas, no mesmo tipo de funções, com mais regalias e a ganharem mais!
  • Rui
    20 jan, 2016 Braga 15:16
    Portugal gasta num ano mais dinheiro a pagar juros de divida que na saúde e o que o (des)governo socialista vai fazer é aumentar esses encargos com a divida ao adiar os pagamentos aos credores!
  • Isidoro
    20 jan, 2016 Portimão 15:12
    Será bom que cumpram o orçamento e que não deixem morrer mais pessoas por falta de assistência.
  • Carlos Silva
    20 jan, 2016 Cascais 15:09
    O ministro como pertence à classe, está a ceder tudo, portugueses; com este governo vamos ver os médicos cada vez mais ricos, mas a nossa saúde não vai melhorar isso vos garanto, voltamos ao despesismo do antigamente, as dividas dos hospitais vão voltar às páginas dos jornais, a confusão vai continuar, enquanto a Ordem dos médicos for uma força politica, um corporativismo exacerbado, não se vê em mais nenhuma categoria, nem a dos Juízes é tão feroz, o Presidente da Ordem é eleito só para vir a lume fazer criticas aos governos mais nada, quando foram desmanteladas ao longo destes anos, redes de tráfico de influências no SNS e Seg. Social que apareciam médicos a Ordem quase nem comentava, mas quando se cortava no vencimento dos médicos que não são mais que os outros funcionários públicos, ai vinha lógo a lume dizer que o governo estava a matar o SNS, vamos ter vergonha!...

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