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"Ruído e incomodidade" levam Câmara de Lisboa a reduzir horário a 25 bares

24 jan, 2016 - 18:44

A medida é por seis meses e vai afectar estabelecimentos que ficam no Cais do Sodré e Bairro Alto.

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A Câmara de Lisboa reduziu temporariamente o horário a 25 bares do Cais do Sodré e do Bairro Alto por "ruído e incomodidade", obrigando-os a fechar às 00h00 durante a semana e às 2h00 ao fim-de-semana.

"As fiscalizações realizadas pelos serviços, bem como as reclamações/exposições registadas - provenientes quer de moradores, quer de associações de moradores, quer da Junta de Freguesia da Misericórdia e relativas à degradação ambiental e à consequente limitação do direito ao descanso e à tranquilidade - evidenciam diversos estabelecimentos como muito problemáticos nestas matérias", refere o despacho, a que a agência Lusa teve acesso, do vice-presidente da autarquia, Duarte Cordeiro (PS).

Em causa estão bares localizados nas ruas da Atalaia, da Barroca, do Diário de Notícias, da Rosa e Luz Soriano (Bairro Alto) e nas ruas dos Remolares, da Ribeira Nova e Nova do Carvalho, conhecida como Rua Cor-de-Rosa, bem como na praça de São Paulo (Cais do Sodré).

O despacho de aplicação de medidas provisórias (pelo máximo de seis meses) foi entregue esta semana pela Polícia Municipal aos comerciantes, obrigando à adopção imediata das regras devido à "incomodidade" originada pelo "ruído provocado pelo funcionamento dos referidos estabelecimentos, dentro e para além do horário autorizado".

O documento já gerou a contestação de alguns comerciantes, como é o caso de Cristóvão Caxaria. O também representante do movimento Lisboa Com Vida - que junta alguns dos estabelecimentos com menor dimensão do Cais do Sodré - assegurou à Lusa que os testes de insonorização realizados ao seu bar "foram sempre favoráveis".

"Dizem que estes bares prejudicam a qualidade de vida dos moradores, mas não faz sentido que bares ao lado uns dos outros fechem a horas diferentes", criticou, admitindo levar o caso a tribunal.

Nas lojas de conveniência o encerramento foi antecipado das 2h00 para as 00h00.

Entretanto, na terça-feira terminou a consulta pública para a revisão do Regulamento de Horários de Funcionamento dos Estabelecimentos de Venda ao Público e de Prestação de Serviços, com que o município pretende que não haja limite de horários na frente ribeirinha, entre o Passeio das Tágides e a Doca Pesca (apenas na margem do rio), desde que respeitadas regras como a insonorização e a videovigilância.

No resto da cidade, cafés, cervejarias e restaurantes poderão funcionar entre as 7h00 e as 2h00 todos os dias, enquanto os bares poderão estar de portas abertas entre as 12h00 e as 2h00 ou até às 3h00 às sextas-feiras, sábados e vésperas de feriado.

As lojas de conveniência só poderão estar abertas até às 22h00. Câmara e Juntas podem vir a definir horários "atendendo à realidade de cada freguesia".

Comentários
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  • zita
    25 jan, 2016 lisboa 13:06
    Vê-se logo, que conhece o Bairro Alto há pouco tempo porque se conhecesse há mais tempo saberia que era um bairro habitacional e não um bairro de bares, havia mercearias tascas, cujas horas a que fechavam nada tinha a ver com o que se passa agora. Quem fala que acha mal só pode ser filho daqueles que acham bem porque se têm que levantar cedo para ir trabalhar para aqueles que nada fazem, e, por isso acham bem!
  • Artur
    25 jan, 2016 Lug 09:58
    Zonas que se tornaram apetecíveis para viver? Como assim? São zonas de extremo barulho. Como é que alguém quer viver ali se não pode dormir? Para ti que ou não vives lá ou dormes de dia não parece incomodar. Mas tenta ver a vida de uma forma normal. Vive-se de dia e dorme-se de noite. A vossa liberdade acaba onde começa a dos outros. Tenham a dignidade de respeitar isso e de não pensar apenas no vosso copinho de vodka e do status que dá estar no bairro. Ninguém quer viver num lugar onde não pode dormir.
  • Jonas
    25 jan, 2016 Lisboa 08:05
    João, um dia que tenhas que ir trabalhar de manhã cedo e como tal precises de acordar por volta das 7:00 ou mais cedo, vais compreender o porquê deste tipo de medidas. E vais passar a detestar aturar o barulho de bêbedos e empresários da noite que deveriam fechar a certa hora, mas fecham só a porta, continuando a festa com porta fechada por mais umas horas... E mesmo após o fecho ficam os bêbedos na rua à porta dos estabelecimentos a fazer mais barulho... Imagina que moras na zona, queres dormir e não consegues... Já fui dessa tua opinião quando era um puto estudante que gostava de ir para a noite... Agora sou completamente a favor deste tipo de medidas e espero que sejam mesmo aplicadas.
  • João
    25 jan, 2016 lisboa 01:36
    Zonas que se tornaram apeteciveis de viver devido aos bares e à nova geração de clientes que renovaram a zona do cais do Sodré. Agora os donos já não acham piada pelo barulho e como não há quem queira comprar lá casa, queixam se do barulho. Antes era o máximo agora fartaram se. Acho mal. Já existiam os bares aquando decidiram viver naquela zona. Deveriam promover a zona apenas para comercio e não habitação.

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