03 fev, 2016 - 13:43
José Veiga, ex-director da SAD do Benfica e empresário da banca e outros sectores, e Paulo Santana Lopes, irmão do antigo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes, foram detidos esta quarta-feira por suspeitas de vários crimes.
Veiga é o rosto mais conhecido da operação "Rota do Atlântico", que investiga alegados crimes de corrupção no comércio internacional, branqueamento de capitais, tráfico de influências, participação económica em negócio e fraude fiscal.
A Renascença apurou que o Congo está entre os países por onde passava o alegado esquema de corrupção.
Segundo o “Diário de Notícias”, num artigo publicado a 20 de Janeiro, José Veiga vive desde 2009 no Congo. Tem lá residência fiscal desde 2011 e passa naquele país africano mais de seis meses por ano.
Segundo o mesmo jornal, além do Congo, o empresário tem negócios em Cabo Verde, Guiné Equatorial, Benim, Nigéria, Costa do Marfim, Togo e Guiné-Conacri. Nestes negócios, Veiga emprega cerca de 6 mil pessoas, entre as quais cerca de 1.500 portugueses (entre contratos directos e indirectos).
As áreas de negócio em que actua vão desde a banca à saúde ou exploração de recursos naturais, mas também a indústria, energia, distribuição de água e imobiliário.
Actualmente, ainda segundo o “Diário de Notícias”, liderava um projecto de construção de 12 hospitais centrais, um por região, e um outro de implementação de seis mil furos de água, ambos no Congo.
O homem que já agenciou nomes como Cristiano Ronaldo, Ricardo Quaresma ou Luís Figo, e que foi director do futebol do Benfica voltou a ser notícia a 20 de Janeiro por liderar um grupo luso-africano que apresentou uma proposta para a compra do Banco Internacional de Cabo Verde (BICV), um activo não-estratégico do Novo Banco, avaliado em 14 milhões de euros.