05 fev, 2016 - 13:46
O ministro adjunto Eduardo Cabrita afirmou em Penela, Coimbra, que um levantamento feito pelo Governo permite que Portugal possa acolher 2.000 refugiados no ensino superior e mil nas escolas profissionais portuguesas.
O levantamento "já feito, quer no ensino superior universitário quer politécnico, permitirá passar de 150 para 2.000 estudantes" refugiados a acolher, disse esta sexta-feira o ministro adjunto Eduardo Cabrita, que falava no final de uma visita à Escola de Penela, em que contactou com as crianças sírias e sudanesas que estão há três meses a viver neste concelho do distrito de Coimbra.
Segundo o ministro, este acolhimento no superior vai contar com "alojamento, aulas de português e noutros casos com frequência de aulas em inglês".
Quanto às escolas profissionais, também foi feito um levantamento, que irá permitir a Portugal "acolher, numa primeira fase, perto de mil estudantes" nessas mesmas escolas.
Em declarações aos jornalistas, Eduardo Cabrita sublinhou que Portugal tem uma "posição de abertura" relativamente ao acolhimento de refugiados, sendo que será possível "aprofundar experiências de integração".
"Podemos ir mais além neste esforço de inclusão que tão bem contribui em municípios como Penela", marcados pela baixa densidade demográfica, apontou.
Hoje, o primeiro-ministro, António Costa, ofereceu à chanceler alemã Angela Merkel, apoio na integração de refugiados, nomeadamente para receber estudantes.
"Eu gostaria de dizer à senhora Merkel que além do esforço que estamos empenhados, quer na vigilância das fronteiras externas da União, quer nos trabalhos dos ‘hotspots’ (registos de refugiados), estamos disponíveis numa base bilateral para colaborar e ajudar a Alemanha", referiu o chefe do executivo.
Essa colaboração é uma "excelente oportunidade" para Portugal, ao manter alunos nos politécnicos e universidades, "onde por via do efeito demográfico têm vagas".
Portugal recebeu em Dezembro passado 24 refugiados, que fazem parte dos cerca de 4.500 que o país vai receber nos
próximos dois anos ao abrigo do Programa de Relocalização de Refugiados da
União Europeia.