10 fev, 2016 - 09:18
Já lá vão cinco anos e está tudo praticamente na mesma em relação aos edifícios públicos com amianto. Continua por concluir o levantamento previsto por lei, o primeiro de vários passos de um Plano de Acção para o Amianto. Ou seja, existe uma lista de edifícios, mas não estão identificados todos os materiais perigosos.
Carmen Lima, da associação ambientalista Quercus, lamenta que o levantamento não esteja concluído e refere que já passou tempo suficiente para o fazer.
“Cinco anos era tempo suficiente para fazer o levantamento com rigor e sem acrescentar custos demasiado elevados a este trabalho. Aquilo que foi feito até agora foi apenas a primeira fase, apenas a identificação dos materiais que poderão conter amianto, mas falta trabalho importante, como por exemplo a avaliação do risco de exposição dos trabalhadores da função pública a este material, que não está feito nem há qualquer previsão para o fazer.”
Por isso, a Quercus pede ao primeiro-ministro Antonio Costa um interlocutor no Governo para esta matéria e um organismo que coordene e sistematize a informação recolhida.
A aposta na prevenção é algo que faz sentido, mesmo em termos económicos, explica.
“Não nos podemos esquecer que há pessoas que estão expostas, não sabemos como nem quando, o que sabemos é que estão involuntariamente expostas e cada dia que passa é mais um dia de exposição. Qualquer dia quando começarem a aparecer mais pessoas doentes e começarmos a fazer contas a tudo isto, vamos verificar que cada ano que passa vai ficar mais caro ao SNS não ter feito a prevenção da exposição ao amianto.”
Até agora, o Estado apreciou 13 mil espaços públicos, para identificar apenas os locais que presumivelmente podem conter amianto.
Fenprof sem respostas
No que diz respeito às escolas que contêm amianto, há também mais dúvidas do que certezas.
No início do mês, a Fenprof colocou ao Ministério da Educação a questão do levantamento, mas Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional de Professores, lembra que há muitas escolas cuja situação se desconhece, incluindo nas regiões autónomas.
“Na maior parte dos casos, a nível das escolas dependentes dos municípios, estamos ainda para saber quais são exactamente, porque não houve publicação nenhuma, quais são as escolas que continuam com amianto. O mesmo se aplica às escolas públicas das regiões autónomas.”
Outras das questões colocadas à tutela foi saber qual o calendário previsto para a remoção do amianto nas escolas, mas também ficou sem resposta.
[Notícia actualizada às 11h45]