10 fev, 2016 - 16:21
A lei das 35 horas tem de avançar ao mesmo tempo, para todos, reitera a CGTP. O secretário-geral Arménio Carlos foi chamado pelo primeiro-ministro para falar do Orçamento do Estado e esteve à mesma mesa com o ministro da Segurança Social, Vieira da Silva.
Arménio Carlos lembrou que o que está em causa é uma promessa eleitoral, que é para cumprir. "Todos os trabalhadores da administração pública têm de ter ao mesmo tempo as 35 horas, a promessa quando foi feita foi neste sentido, não foi no sentido de ser programada de forma faseada para cada um dos sectores", afirmou Arménio Carlos em declarações aos jornalistas no final de um encontro com António Costa em São Bento.
O secretário-geral da CGTP apelou ao Governo que encontre soluções que garantam que "ninguém tenha de esperar por ninguém".
Arménio Carlos admitiu, contudo, que António Costa lhe transmitiu que para a concretização desse compromisso "é preciso ultrapassar um ou outro problema", nomeadamente na Saúde, na área da enfermagem, que pode ser um sector mais "sensível" à redução do horário de trabalho.
Antes da CGTP, o primeiro-ministro recebeu o secretário-geral da UGT, Carlos Silva, que confirmou que nem todos vão beneficiar já em Julho da reposição do horário de trabalho para as 35 horas.
Já o ministro da Segurança Social Vieira da Silva insiste na data e, nalguns casos, de um processo de transição.
"A garantia do Governo expressa é que todos os trabalhadores da administração pública vão passar a ter o horário das 35 horas, sendo que o processo de concretização dessa medida exige alguma reorganização de alguns serviços, exige modelos de transição", disse, garantindo, que isso não irá colocar em causa o "princípio da universalidade da medida para todos os trabalhadores da administração pública".
Questionado se há a possibilidade de nem todos os funcionários públicos entrarem a 1 de Julho nas 35 horas, Vieira da Silva disse não poder responder a essa pergunta, argumentando que "isso vai depender do trabalho que está a ser feito dentro dos sectores e da negociação que será feito com os sindicatos".