29 fev, 2016 - 09:48
O bastonário da Ordem dos Médicos (OM), José Manuel Silva, reafirmou, esta segunda-feira, em declarações à Renascença, a intenção de participar "à Inspecção Geral das Actividades em Saúde, ao Ministério Público e ao próprio Conselho Jurisdicional da Ordem dos Enfermeiros" das declarações feitas pela bastonária da Ordem dos Enfermeiros ao programa "Em Nome da Lei".
Ana Rita Cavaco disse na Renascença que a eutanásia já é de alguma forma praticada nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, com médicos que sugerem essa solução para alguns doentes.
O bastonário da OM diz "repudiar completamente essas afirmações" e sublinha que, "se a senhora bastonária assistiu a algum acto ilegal, tinha obrigação de o ter comunicado às entidades competentes, o que não fez".
Para José Manuel Silva, trata-se de "afirmações pouco felizes, generalistas, sem qualquer fundamento e que podem lançar o alarme nas pessoas, porque foi transmitida a ideia de que a eutanásia era praticada de forma encapotada e mais ou menos comum e tacitamente aceite no Serviço Nacional de Saúde, o que a ordem dos médicos rejeita completamente".
"Não temos conhecimento de nenhuma destas práticas", garante o bastonário, revelando que foi contactado "por muitos médicos, a dizerem-me que, ao longo das suas dezenas de anos de carreira, nunca assistiram a nenhum caso de eutanásia, seja com pedido, seja sem pedido".
Nestas declarações à Renascença, José Manuel Silva sublinha que "os cidadãos portugueses podem estar completamente tranquilos relativamente à atitude ética dos profissionais de saúde, médicos e enfermeiros, que não praticam a eutanásia nos hospitais".