08 mar, 2016 - 03:17
O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, sai em defesa do Governo contra o que apelida de “pressões” e “chantagens” das autoridades europeias.
Às exigências de mais medidas de austeridade ao Governo português por parte do Eurogrupo, Arménio Carlos responde com a necessidade de criação de uma frente unida.
“Nós precisamos de criar aqui uma unidade contra esta ingerência e esta chantagem. Estamos quase perante uma situação de desígnio nacional contra a chantagem e a ingerência”, declarou o líder da CGTP, e, conferência de imprensa.
“Quanto mais claros, firmes e objectivos formos, em melhores condições estamos para confrontar estas pressões e estas chantagens. Estas pressões do Eurogrupo só podem ter uma resposta: O Governo português deve defender os seus interesses e, neste caso concreto, é defender os interesses nacionais”, salientou,
A CGTP compromete-se a tudo fazer para contrariar as pressões estrangeiras. Arménio Carlos revelou que enviou, esta segunda-feira, uma carta ao presidente da Confederação Europeia de Sindicatos (CES) em que dá conta da situação nacional, mas também defende que a CES tem que ser mais solidária com os trabalhadores de países em dificuldades.
O secretário-geral da Intersindical deu o exemplo da Finlândia, um país desenvolvido que agora atravessa uma grave crise económica e de desemprego.
Arménio Carlos respondeu também ao presidente da CIP que, em declarações a um jornal, defendeu que o trabalho precário é melhor que o desemprego.
“Não precisamos de mais precariedade nem de encostar os trabalhadores à parede com uma faca e uma espada apontada. A faca da precariedade e a espada do desemprego”, afirma o sindicalista.
A luta contra a precariedade vai ser uma das prioridades da CGTP para o próximo mandato de quatro anos, com intervenção no terreno e compromisso de denunciar empresas que sistematicamente recorrem a esse expediente. Mas a primeira iniciativa vai ser uma manifestação no dia 31 de Março, organizada pela Interjovem.
O conselho nacional da CGTP reuniu-se, esta segunda-feira, pela primeira vez depois do Congresso e, por maioria elegeu a nova comissão executiva. A corrente sindical socialista propôs o alargamento deste órgão de 29 para 30 membros para incluir um sindicalista do Bloco de Esquerda, mas foi rejeitada pela maioria comunista, assim como a proposta para que o socialista Carlos Trindade fosse o novo secretário-geral da Inter. Como previsto, Arménio Carlos foi reeleito para o seu último mandato.
Na conferência de imprensa, Arménio Carlos revelou ainda que os últimos quatro anos os sindicatos da central receberam mais de 105 mil novas filiações, ultrapassando a meta definida de 100 mil. Para 2020, o objectivo são mais 110 mil filiados.