10 mar, 2016 - 11:57
Os números globais da insuficiência renal em Portugal estão a aumentar e 800 mil portugueses desenvolvem esta doença. A tendência é comum aos países mais desenvolvidos e prende-se com o aumento dos doentes com diabetes e com hipertensão não controlada.
O Dia Mundial do Rim assinala-se esta quinta-feira e o presidente da Sociedade Portuguesa de Nefrologia, Aníbal Ferreira, considera que prevenir é a chave para combater as doenças associadas. “É necessário um grau de prevenção bastante grande se queremos reduzir estes números”, aponta.
A diabetes é a principal causa da insuficiência renal a par da hipertensão, mas o envelhecimento da população também tem um papel determinante no aumento dos casos desta doença.
“Quando se fazem coronariografias, quando se fazem coronarioplastias, quando se tratam correctamente doentes com enfarte de miocárdio e diabéticos, mas já em idades muito avançadas, isso faz com que felizmente eles sobrevivam mais anos e com qualidade de vida, mas que também venham a desenvolver mais insuficiência renal”, explica Aníbal Ferreira.
A insuficiência renal nas crianças
Anualmente, cerca de 0,1% de crianças desenvolvem insuficiência renal. Para o presidente da Sociedade Portuguesa de Nefrologia os números são preocupantes pelo desenvolvimento de factores de risco que podem levar a um desfecho crónico da doença.
“O que nos preocupa sobretudo é o facto de as crianças estarem já a desenvolver factores de risco muito marcados desde muito cedo que vão fazer com que aumentem de uma forma muito significativa a insuficiência renal crónica na fase em que são adultos”, afirma.
O aumento da obesidade é um dos factores de risco para os quais a Sociedade Portuguesa de Nefrologia alerta, assim como a “prática de exercício insuficiente”.
A organização vai estar presente esta quinta-feira em 25 escolas de todo o país para informar e transformar os mais novos em agentes de mudança, “para elas funcionarem como fermento, como catalizadores junto das suas famílias, junto das suas escolas e das suas comunidades”, remata Aníbal Ferreira.