11 abr, 2016 - 19:47 • José Carlos Silva
A Câmara de Lisboa quer ter nas mãos, dentro de um ano, um estudo pormenorizado sobre a violência doméstica e de género na capital.
Os dados que existem pecam por serem tratados de forma global e nem sempre são precisos.
A Câmara tem em vista três acordos, incluindo um com a Universidade Nova, que permitirá adjudicar um estudo para aprofundar o problema.
“É um primeiro passo. Obter dados precisos, que permita ter uma panorama real da violência doméstica e de género na capital”, diz João Afonso, o vereador com o pelouro dos direitos sociais da camara de Lisboa.
João Afonso considera necessário aprofundar em pormenor a questão da violência doméstica e de género. “É um estudo para o conhecimento da realidade da violência doméstica e de género em Lisboa, ou seja um estudo à escala da cidade, da freguesia, do bairro, da rua, uma matéria que não é facilmente tratada pela estatística.
Ou seja, há queixas, depois há desistências, há reflexos mas não há queixas, e passa muito por um trabalho de investigação que se faz quase na primeira pessoa”
Depois do ser tirado o retrato da realidade da violência doméstica e de género na capital é necessário apostar em políticas publicas que permitam reduzir o problema ao mínimo possível.
“A consequência primeira é saber qual a realidade – não é só percepcionarmos o que existe de facto – e depois mudarmos as políticas públicas. Agora queremos ter uma fotografia inteira, e com menos buracos negros possível. O primeiro objectivo é a melhoria das políticas públicas e percebermos as consequências disso, em termos pessoais, colectivos, económicos, sociais, e os estudos que temos dizem que é muito grave”.
A camara de Lisboa irá ainda assinar outros dois protocolos esta Terça-feira. Um com a UMAR, outro com a Associação de Apoio à Vítima. Formar quem recebe queixas de violência, e quem as trata é o objectivo desde dois protocolos segundo o vereador João Afonso. Há que “preparar essas pessoas para situações declaradas, ou não declaradas mas adequadas à percepção. Muitas vezes é preciso estar preparado para se perceber quais os sinais dessa violência doméstica. E há vários tipos de formação, desde quem faz atendimento ao balcão, ou quem faz atendimento específico a quem vem denunciar essas situações”, sublinha