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Partilhar a casa em vez da rua. Arroios inaugura "república" para sem-abrigo

13 abr, 2016 - 08:08 • Ângela Roque

Chama-se “República de Arroios” e é uma casa com capacidade para quatro pessoas, três serão residentes fixos.Vai ser inaugurada esta quarta-feira numa das freguesias de Lisboa com mais gente a viver na rua.

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É um projecto inovador pensado para os que vivem na rua, e nasce de uma parceria entre a Junta de Freguesia e o Centro Social e Paroquial de S. Jorge de Arroios: a "República para sem-abrigo" é inaugurada esta quarta-feira.

O Centro, que tem sido pioneiro em várias respostas sociais, abriu recentemente três “Repúblicas Séniores” para idosos que viviam sozinhos, e que agora partilham despesas e companhia (repúblicas D. Leonor, S. Jorge e Madre Teresa). A iniciativa agradou à Junta que propôs, então, ao Centro fazer o mesmo para os sem-abrigo.

Margarida Martins, presidente da Junta, lembra que as duas entidades já colaboram há muito no acompanhamento e apoio aos sem-abrigo, e que aqui continuam a dividir responsabilidades: “a Junta ajudou na montagem da casa, e pagamos a renda. Depois há todo um trabalho feito pelo Centro Paroquial, a nível do encaminhamento das pessoas, do seu processo de inclusão e ao nível do apoio alimentar”.

O objectivo é que a “República” funcione como uma casa partilhada: “o máximo que vai ter são três pessoas fixas, e uma pessoa em regime de emergência”, explica a autarca, acrescentando que todos os utentes estão referenciados pelas equipas técnicas, quer da Junta, quer do Centro Social, porque “são pessoas que já acompanhamos há algum tempo”.

Cada um terá um quarto, existindo depois espaços comuns, como a sala, a cozinha, a casa de banho e um pátio exterior. As despesas fixas (água, luz, televisão, telefone e limpeza) serão divididas, consoante as possibilidades: “as pessoas vivem com muito poucos rendimentos, mas vão ter também as suas responsabilidades, será uma forma de inclusão”.

Margarida Martins lembra que alojar quem vive na rua, nem sempre é fácil: “há muitas pessoas que se recusam a estar dentro de casa, há resistências. São pessoas que estão a fazer tratamentos, há situações graves, pessoas com doenças do foro psicológico, que têm de ser tratadas. Por isso é preciso haver uma sensibilização de todos os serviços e entidades”. E espera que, ao saberem do projecto, os moradores de Arroios saibam que esta “é uma preocupação constante da Junta, que às vezes as pessoas não sentem como visível. Mas, nós não podemos arrancar pessoas da rua, nós temos é que ser solidários, ajudar a tratar e envolvê-las em projectos de inclusão”.

A “República de Arroios” vai ser inaugurada ao início da tarde. Junta de Freguesia e Centro Social Paroquial asseguram o acompanhamento de proximidade dos utentes, e esperam poder “vir a replicar” a iniciativa.

Viver numa república depois dos 65. Independência para quem vive com dificuldades
Outro projecto recente são as“Repúblicas Seniores”, que visam combater a solidão dos idosos.
Comentários
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  • Angel
    04 fev, 2018 Lisboa 10:11
    Parabéns! uma iniciativa de enorme valor, concreta, (não demagógica). Só é pena que ainda não tenha servido de exemplo a outras freguesias de Lisboa e do País. Este gente das autarquias são ágeis a pedir votos, mas lentos ou inoperantes em actos.
  • José Carlos Marques
    14 abr, 2016 Arroios, Lisboa 09:25
    Parabéns á junta pela iniciativa. Continuem, estão no bom caminho.
  • vitoria ramos
    14 abr, 2016 v.milhaços 08:21
    Não chega a gota de agua no oceano com tanta escola desativada seria bem aproveitado para os sem abrigo pernoitarem infelizmente sei que isso é fiz voluntariado em Lisboa ,não é pedir muito somente um espaço onde eles pudessem pernoitar haveria muitos que alem de aceitarem agradecia uma ideia para as juntas de freguesia e camara o meu obrigado
  • joaquim
    13 abr, 2016 fogeapica 09:42
    Louvada seja esta senhora que se preocupa com o bem comum e que intergra pessoas na sociedade que outra hora foram tratadas como objectos tratem antes assim a filha do Jorge M. já que tem necessidade de se expor preauncosamente e deixem na apodrecer nas revistas cor de rosa porque é lá que tem lugar quem diz esta personagem diz outras que são valorizadas ao lugar de deuses e que impede como muitos "defendem" igualdade para todos quem não gostar do comentario pode continuar a ver empresa cor de rosa porque não tem capacidade para mais.faço me assim valer do meu direito de opinião.

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