14 abr, 2016 - 00:12 • Liliana Monteiro
Portugal está entre os países onde as crianças desfavorecidas vivem em piores circunstâncias. Os dados são da UNICEF que analisou 41 países da União Europeia e Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e avaliou parâmetros como o rendimento do agregado, a saúde, educação e satisfação com a vida.
O relatório compara as desigualdades entre as crianças classificadas como estando numa situação mediana e as que se encontram no patamar mais baixo.
A crise económica atirou Portugal para a lista de países onde as crianças mais pobres vivem em piores circunstâncias. Desse grupo fazem parte ainda o Chipre, Espanha, Grécia e a Itália.
Os dados mostram que as disparidades de rendimentos de agregados com crianças aumentaram na maioria dos países desde que começou a crise económica, uma tendência que o relatório aponta como “gritante” nos países do sul da Europa.
Portugal é também apontado como o país onde as desigualdades em termos de alimentação saudável (ou seja, consumo de fruta e vegetais) mais aumentaram.
Olhando para a lista de 41 países analisados, a Dinamarca surge no topo da tabela como o que tem menores desigualdades entre crianças. Já Israel surge em último lugar.
Em matéria de cuidados de saúde apenas Espanha e os Estados Unidos melhoraram. Já a Estónia, Irlanda, Letónia e Polónia conseguiram reduzir as desigualdades em matéria de Educação.
Em nome do bem-estar das crianças propõe-se que se proteja os rendimentos dos agregados familiares das crianças mais pobres; se promova o sucesso escolar dos mais desfavorecidos; promova estilos de vida saudáveis para todas as crianças.
Madalena Marçal Grilo, directora executiva do comité português para a UNICEF, salienta à Renascença que “o estudo avalia o bem-estar das crianças nos países ricos. Avalia as desigualdades que separam as crianças classificadas num nível mediano e mais baixo”.
A mesma resposável lembra também que “as várias dimensões da pobreza afectam a criança agora e nas suas perspectivas de futuro”. A pobreza infantil, aponta, “diminui ou limita as oportunidades de futuro e de as crianças se desenvolverem de uma forma mais saudável e harmoniosa”.