15 abr, 2016 - 12:12 • Ana Rodrigues
Um avião P-3C e 29 militares da Força Aérea participam, a partir desta sexta-feira, numa missão naval da União Europeia no Mediterrâneo. O objectivo da “Operação Sophia” é o desmantelamento das redes de tráfico de pessoas naquela zona.
Os meios portugueses vão estar destacados em Sigonella, Itália, e a sua missão é de identificar, capturar e neutralizar navios utilizados pelos traficantes.
O início da participação portuguesa nesta missão esteve prevista para Fevereiro, mas o atraso na aprovação do Orçamento de Estado para 2016 implicou um adiamento.
O acordo UE/Turquia está a fazer com que as redes se adaptem a outras rotas. O alerta foi deixado na Renascença pela portuguesa Cristina Jorge, directora para as Operações da Agência Europeia de Fronteiras, lembrando que as redes de tráfico continuam a aproveitar o desespero de quem foge da guerra.
Com o aumento das temperaturas que marca o início da "estação" das travessias, a Itália deve continuar a registar números elevados de chegadas nas próximas semanas.
Desde o início do ano, 177.200 pessoas chegaram à Europa através do Mediterrâneo, segundo a Organização Internacional das Migrações (OIM) . Quase 153.500 chegaram à Grécia e mais de 23.170 a Itália.
No mesmo período, 375 pessoas morreram ou desapareceram na rota marítima oriental (para a Grécia e Chipre) e 352 na rota central (para Itália), segundo a organização.
Outras missões
Em 2015, a Força Aérea Portuguesa participou na “Operação Triton”, da Agência Europeia de Gestão da Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas dos Estados-membros da União Europeia (Frontex).
Nesta operação também sediada na Base Naval de Sigonella, em Itália, os 19 militares do destacamento com uma aeronave contribuíram para o patrulhamento de mais de um milhão de quilómetros quadrados, num esforço de observação de 2.816 embarcações, em 93 horas voadas.
No final do ano, a Força Aérea participou ainda na “Operação Poseidon”, a partir de Kalamata na Grécia.