Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

PGR sobre caso Sócrates: "Não houve nenhum prazo ultrapassado"

19 abr, 2016 - 17:46

Código penal português é "muito garantístico", diz Joana Marques Vidal.

A+ / A-

A procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, disse esta terça-feira que "não houve nenhum prazo ultrapassado" na investigação da Operação Marquês, que envolve o ex-primeiro-ministro José Sócrates.

A defesa de Sócrates tem afirmado que os prazos para conclusão da investigação já foram ultrapassados. Em entrevista à TDM, a televisão pública de Macau, Joana Marques Vidal defendeu o contrário.

"Não houve nenhum prazo ultrapassado (...). Neste, como noutros casos, aquilo que tem sido a fase processual tem sido dentro dos prazos que são admitidos por lei", disse a procuradora, numa entrevista ao canal em português da TDM.

Marques Vidal sublinhou que o código penal português é "muito garantístico" e permite às defesas recorrerem de todas as decisões do Ministério Público, em todas as fases processuais.

"E todas as fases processuais, todas as decisões do Ministério Público e todas as decisões dos juízes de instrução criminal, que têm sido emitidas nesse e noutros processos, têm sido objecto de apreciação por tribunais superiores, por juízes de outros tribunais, que já se pronunciaram várias vezes", acrescentou.

"O resultado dessas decisões vai-se cumprindo. Isso acontece em todos os casos", afirmou ainda.

A PGR fez estas declarações quando questionada sobre a Operação Marquês, sublinhando, por diversas vezes, que não comenta casos concretos em investigação.

Prazo é 15 de Setembro

Uma nota da Procuradoria-Geral da República de 30 de Março informou que o director do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), Amadeu Guerra, fixou para 15 de Setembro o prazo limite para a conclusão do inquérito da Operação Marquês.

A defesa de José Sócrates considerou, no mesmo dia, "absolutamente ilegal e ridícula" a fixação de 15 de Setembro como prazo limite para que o Ministério Público conclua o inquérito.

A defesa de Sócrates alega que os prazos para conclusão da investigação já foram ultrapassados e lembrou que o Tribunal da Relação de Lisboa fixou, em 19 de Outubro de 2015, o prazo para a conclusão do inquérito.

A Operação Marquês conta com 12 arguidos, entre os quais o ex-primeiro ministro José Sócrates, indiciado pelos crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção passiva para acto ilícito.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • fanã
    21 abr, 2016 aveiro 17:58
    INCOMPETENTES OU MAQUIAVÉLICOS , estes Justiceiros ??????????
  • Carlos Manuel d' Alm
    21 abr, 2016 Beja 08:32
    Pois, nenhum prazo foi ultrapassado. Ninguém avisou os tablóides e algumas tv's que Sócrates ia ser detido, nem que iria sair pela porta das traseiras do aeroporto onde por mero acaso estavam carros de reportagem. Nem houve fugas de informação selectivas para os do costume. Aliás, quem anda a ser investigado desde sempre, um ano ou dois nem chega a ser lapso de tempo que espante. Esta senhora, até quando não fala grita alto a sua parcialidade quando o cargo exige o máximo de imparcialidade. Este processo, que pela lógica de quem o comanda pode durar duzentos anos, cumpre todos os prazos, se for o infinito o prazo que lhe quiserem atribuir. Agora, factual é que a lei impõe prazos e esses foram todos largamente ultrapassados, o que só demonstra que o processo teve um timing político, assente no convencimento de que haveria matéria de facto para uma acusação a termo certo. O prolongar, com novas suspeitas, sem que as anteriores se solidifiquem em provas sólidas, só fazem contra-prova. O MP anda de facto aos papéis. De outra forma, há muito que teria apresentado acusação. E esta senhora, pelo cargo que ocupa sabe-o muito bem, melhor até que ninguém. A resposta dela em Timor é por isso inaceitável, é dar cobertura a uma ilegalidade. O MP está de facto fora da lei, ou acusa, ou arquiva,
  • Lv
    19 abr, 2016 Lisboa 18:34
    Nem Socrates nunca esteve preso a ordem dos Vidalhos que emergiram das catacumbas fascistas de má memória!

Destaques V+