21 abr, 2016 - 11:08
Os jovens portugueses enfrentam hoje um tipo de “bullying” mais agressivo, de maior dimensão e que deixa marcas mais profundas na vítima. O “cyberbullying” afecta entre 10% e 20% da população jovem em Portugal.
“É muito mais difícil escapar ao ‘bullying’ digital do que ao ‘bullying’ presencial. E essa dificuldade de escapar, de controlar, de retaliar fá-los sentir muito mais perdidos”, refere à Renascença Sónia Seixas, uma das autoras do livro que é lançado esta quinta-feira sobre o tema.
“Bullying” é uma expressão inglesa que descreve actos de violência física e/ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um ou mais indivíduos sobre um outro e que causa dor e angústia. Implica, normalmente, uma relação desigual de poder.
O novo tipo de “bullying” é feito através das tecnologias digitais, mais concretamente nas redes sociais. As consequências são muito devastadoras, pois o fenómeno assume uma dimensão maior.
“Uma única publicação, um único clique [é o que basta]. A partir daí, multiplicam-se os cliques”, diz a investigadora.
Por isso, o melhor é prevenir e pensar bem antes de publicar uma foto ou um vídeo. É ainda de evitar dar informações pessoais ou marcar encontros com desconhecidos.
Em casa, os pais devem estar atentos aos sinais, que são bem visíveis: perturbações de sono e de alimentação, uma maior tristeza e insegurança.
“Cyberbullying – um guia para pais e educadores” é o nome do livro de Sónia Seixas, Luís Fernandes e Tito de Morais, lançado ao fim da tarde, em Lisboa. Há muitos anos que os autores investigam e trabalham de perto com jovens vítimas de “bullying” em meio escolar.
Neste livro, que marca o Dia Nacional de Sensibilização Sobre o Cyberbullying, focam-se no novo fenómeno, mais agressivo e mais repetido, que deixa marcas mais profundas.