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​Greve dos estivadores prolongada. “Estes senhores prejudicam o país"

12 mai, 2016 - 11:02 • Pedro Mesquita

Acusação do presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa. Sindicato diz que as empresas portuárias querem para o porto de Lisboa um “modelo de trabalho desregulamentado que vai levar ao despedimento colectivo dos estivadores”.

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O presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP), Bruno Bobone, reage “mal” ao anúncio do prolongamento da greve dos estivadores.

“Estes senhores estão mais uma vez a prejudicar o país numa altura em que isso é inaceitável. O país atravessa dificuldades, dificuldades em cumprir o orçamento, dificuldades em cumprir as metas de Bruxelas. Estes senhores, que não foram afectados pela crise, vêm prejudicar a economia portuguesa. É inconcebível", diz à Renascença Bruno Bobone.

O Sindicato dos Estivadores prolongou a greve no sector até 16 de Junho.

Na leitura do presidente da CCIP só há uma solução para pôr fim à permanente instabilidade: "Acabar com a legislação de proteccionismo e obrigar os portos a trabalharem com mão-de-obra livre, como todos os outros portugueses”.

“A revolução foi feita para tornar todos iguais e há uns que não querem ser iguais aos outros", acrescenta.

Os estivadores estão a fazer greve a todo o trabalho suplementar em qualquer navio ou terminal, isto é, recusam trabalhar além do turno, aos fins-de-semana e dias feriados.

No passado dia 28 de Abril, o Sindicato dos Estivadores emitiu um novo pré-aviso de greve para o Porto de Lisboa, com incidência nos portos de Setúbal e da Figueira da Foz, que prolonga a paralisação até ao dia 27 de Maio.

No mesmo dia, o Governo fixou serviços mínimos para os portos de Portugal, visando assegurar a "satisfação de necessidades sociais básicas e impreteríveis".

Os argumentos dos estivadores

O presidente do Sindicato dos Estivadores justificou esta quinta-feira que o prolongamento da greve até 16 de Junho deve-se à "falta de entendimento" entre as partes e por não se terem alterado as condições.

No entender de António Mariano, as empresas portuárias pretendem para o porto de Lisboa um “modelo de trabalho desregulamentado que vai levar ao despedimento colectivo dos estivadores”. “Nós não podemos pactuar com tal. Por isso, como estas condições se mantêm, nós mantemos as formas de luta”, sublinhou.

António Mariano garantiu à Lusa que os serviços mínimos decretados nos despachos estão a ser cumpridos “totalmente”. “Podíamos estar a trabalhar todos os dias um turno, mas as empresas continuam a apostar em ter uma empresa alternativa, que criaram enquanto discutíamos a negociação colectiva do novo contrato, e estavam a utilizar trabalhadores com salários inferiores aos nossos e em piores condições para levar à falência os estivadores de Lisboa”, salientou.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Estivadores, não se trata de concorrência, mas de uma empresa a criar, para levar à insolvência a que existe. “Não podemos aceitar esta forma distorcida de estar na negociação. Isto é uma completa má-fé e o nosso pré-aviso é uma reacção a isso”, afirmou.

Quanto às críticas que têm sido feitas de que os estivadores estão a prejudicar os interesses económicos do país, António Mariano sublinhou que os trabalhadores estão em greve desde 20 de Abril e os serviços mínimos estão a ser cumpridos.

“As primeiras críticas estavam relacionadas com os cereais, as pecuárias. Posso dizer que desde há duas semanas que os estivadores estão a descarregar todos os navios que chegam com soja, trigo, milho durante 16 horas por dia (…). Essas críticas, neste momento, não se percebem a não ser que sejam campanhas montadas e que têm de chegar ao seu fim”, explicou.

[Notícia actualizada às 13h45 com declarações do presidente do Sindicato dos Estivadores]

Comentários
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  • zen
    25 mai, 2016 lisboa 01:19
    ó Toze "Picolho",...e que tal emigrares par a Coreia do Norte !!!??? acho que eras muito bem vindo e irias sentir-te muito feliz.
  • Pinto
    25 mai, 2016 Custoias 00:12
    Ó Sr. Pereira ganhe juízo e veja o meta pela boca fora, o senhor deve ser daqueles que andam para lá em trabalho precário a trabalhar para sub empreiteiros sem direitos e com salário que nem chega ao salário mínimo e está cheio de inveja.
  • Pinto
    24 mai, 2016 Custoias 22:47
    Nos tempos actuais nada se resolve sem lutas, é assim infelizmente a ganância, inveja e egoísmo dos homens.
  • Pinto
    24 mai, 2016 Custoias 22:35
    Quem prejudica este país são os chulos donos da economia deste país que já quase não tem nada fruto desses chulos que têm vendido este país a retalho.
  • Pinto
    24 mai, 2016 Custoias 22:06
    Quem prejudica o país são os milhões de dívidas que já prescreveram pela força do dinheiro. São os milhões depositados em offhores para esconderem ao fisco. São a CIP de mão dada com políticos de direita interessados em mão de obra barata e em escravatura laboral.
  • Pereira
    24 mai, 2016 Almada 15:39
    Trabalho numa empresa que depende quase exclusivamente dos estivadores, eu vejo durante a descarga dos navios o que eles fazem, Nada....até os vejo dormir no convés e à pesca, para não dizer outras coisas, e não ganham assim tão pouco...cambada de chulos.....eu vejo ...eu tou lá.
  • Arselicking
    24 mai, 2016 Vale d'Éguas 15:16
    Este AM,das duas uma:ou não sabe do que está a falar (o que não me parece provável) ou é um membro da máfia da estiva,o que me parece mais que lógico.Deve pensar que engana tolos com papas e bolos.Só quem não andou 17 anos como oficial da Marinha Mercante em Portugal é que não sabe,e se deixa enganar por essa quadrilha de donos do trabalho de estiva,no porto de Lisboa.Sr. AM os estivadores não fazem as horas extraordinárias que o sr. pretende fazer crer aos incautos e desconhecedores,e o sr.sabe isso perfeitamente.Quando um navio tem urgência em sair,para garantir uma determinada hora de chegada ao porto de destino,ou por questões de marés ou outras razões ponderosas,os estivadores do porto de Lisboa,durante as horas normais,atrasam o ritmo de trabalho com o fito de o carregador lhes garantir o pagamento de horas extra até à meia noite,p.ex. E aí,é vê-los a atropelarem-se uns aos outros para terminarem o trabalho o mais depressa possível e irem para casa às 5 ou 6 da tarde e com o papo cheio de horas extra que não fizeram.Isto para além de outras situações que eles provocam só para ganhar mais horas e subsídios.Quem não os conhecer que os compre,como essa idiota da dirigente do Bloco de Esquerda,que já lhe pica a cevada na barriga e é mais um(a) a falar daquilo que não conhece.
  • Carlos Manuel
    23 mai, 2016 Laranjeiro 21:57
    " Zeca Bigodes " Foram anos e anos de construção e reparação NAVAL. Sabes o que é isso ? Sofá ? Noites e noites e dias e dias . Vens para aqui com balelas !! Vai dormir. VOÇÊS , levam um vidão. sabes, um vidão. Estivador ? Vocês levam um balúrdio para casa. Tem um " Sindicato " Patrão. O Sindicato é que manda nas " manobras " ! sabes o que isso é ? Vocês vem para aqui fomentar ideologias que muita mas muita gente( sociedade ) desconhece . Vocês são os BARÔES dos Portos . São a Máfia Napolitana dos Portos . A vossa sorte, é termos um " Estado " medíocre .
  • zeca bigodes
    23 mai, 2016 Lisboa 16:25
    aparecem sempre os opinadores de sofá que gostam de emprenhar pelos ouvidos! experimentem ir pra lá só um mesinho prá estiva pra verem o que é bom prá tosse! nem duas semanas aguentavam! isto se vos dessem trabalho durante esse tempo, claro! andam lá muitos sem receber ou a receber ao dia, só nos dias em que trabalham desde novembro! ainda é pior que na autoeuropa!
  • Manuel Simao
    13 mai, 2016 Porto 10:33
    Carrega Leixões!

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