Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

ADSE com novas tabelas para garantir “sustentabilidade do sistema"

13 mai, 2016 - 09:48

Há actos médicos que vão começar a ser pagos e outros cujo valor será menor. Director-geral do subsistema de saúde da Administração Pública garante que assim os beneficiários estão mais protegidos.

A+ / A-

Existem novas tabelas na ADSE que, em alguns casos, se vão traduzir em menores custos. Noutros, pelo contrário, o utente terá de pagar um acto que até aqui não pagava.

É o caso das próteses colocadas em cirurgias realizadas nos hospitais privados. “Paga 20% do valor da prótese até ao valor máximo de 200 euros”, avança à Renascença o director-geral da ADSE, Carlos Baptista.

“Se a prótese 60 mil euros, paga 200 euros, se custar 200, paga 40”, exemplifica, justificando a alteração com a necessidade de “critérios de racionalidade”. “Como estes valores não eram pagos pelos beneficiários, a tendência de alguns operadores era facturar próteses de valor superior àquilo que é normal”, adianta.

Noutros casos, os beneficiários vão pagar menos, como nos exames de TAC e ressonâncias magnéticas.

“Das quatro alterações que a ADSE introduziu recentemente no regime convencionado, os beneficiários vão ter um menor custo, apesar de algumas rubricas poderem pagar ligeiramente mais do que na situação actual. Foram introduzidos critérios de racionalidade económica, para dar alguma sustentabilidade ao sistema e para defender os beneficiários”, afirma Carlos Baptista.

“Ao mesmo tempo, fixou-se um preço para actos cirúrgicos em ambulatório, que antes eram facturados à linha e agora fixou-se um preço e o beneficiário paga uma percentagem desse preço e não da factura apresentada pelo hospital”, acrescenta.

O melhor mesmo é consultar a nova tabela e as quatro alterações essenciais – com as quais a ADSE deverá poupar quatro milhões de euros por ano, enquanto hospitais privados devem perder cinco milhões, segundo os cálculos do director-geral do subsistema.

Na prática, são quatro as alterações: a redução ligeira do preço dos exames de TAC, a redução de cerca de 13,5% das ressonâncias magnéticas e a introdução de um conjunto de preços fechados em procedimentos cirúrgicos realizados em ambulatório.

À agência Lusa, o director-geral da ADSE afirmou ainda que os preços na saúde privada em Portugal são "claramente excessivos”, comparados com “as práticas internacionais” e tendo em conta “a capacidade financeira da população”, considerando que alguns vão ter de descer.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Mário
    13 mai, 2016 Lisboa 23:47
    Parece que o Sr. Mendes e muitos outros cidadãos deste país continuam a lavrar num erro no que se refere a este problema. Vou tentar fazer um desenho: Os funcionários públicos descontam para a Caixa Geral de Aposentações 11% que é o mesmo que todos os trabalhadores do privado descontam para a segurança social. Para além disso ainda descontam 3,5% para a ADSE. Ou seja, descontam 14,5% enquanto os trabalhadores do privado descontam 11%. Da Caixa Geral de Aposentações apenas receberão um dia a pensão de aposentação enquanto todos os trabalhadores do privado recebem da segurança social a aposentação e os cuidados médicos. Os cuidados médicos dos funcionários públicos que descontam para a ADSE estão exclusivamente a cargo desta mas para isso têm de descontar mais 3,5%. Espero ter sido esclarecedor.
  • Dilma
    13 mai, 2016 Terrugem 19:10
    Eu. como o meu subsistema de saúde é o ADM, também já estou à espera de subida e já pago um balúrdio (3,5%). Para além disto, faço os descontos normais para o SNS, porque pago impostos pela medida grossa!
  • Elsa
    13 mai, 2016 Porto 16:21
    Desconto cerca de 1600 EUR por ano para ADSE (e há quem desconte bastante mais!). Desconto há 25 anos! Cada vez pago mais e cada vez tenho menos. É uma vergonha! Estou a pensar sair! Quando os que pagam demais saírem, quem vai sustentar a ADSE? Aliás, por que razão parte das minhas despesas de saúde não são pagas pelo SNS, como acontece com quem não tem a ADSE, mas apenas pela ADSE, para a qual eu pago à parte? Não tenho eu também direito a usufruir dos meus impostos como os outros cidadãos? Estes senhores (e os do anterior governo) vão estourar com o sistema uma vez que este é sustentado por aqueles que vão acabar por sair, por pagarem uma exorbitância, muito mais do que o que se espera que gastem! A ADSE para ser sustentável, sendo facultativa, tem de compensar a todos, caso contrário, os que mais pagam, acabam por sair. O facto de a contribuição ser uma percentagem do vencimento fazia sentido apenas quando era um valor simbólico, compensando desse modo a todos. Agora, não o sendo, por que razão os que mais contribuem andam a pagar para os outros, tendo a opção de sair do sistema?? A contribuição não pode estar indexada ao salário, mas sim ao que se espera que cada beneficiário gaste, ao número de beneficiários dependentes, etc….
  • Mendes
    13 mai, 2016 Braga 16:17
    Sou trabalhador do privado desconto á minha parte 2653, não dou um tostão de prejuizo á segurança social á mais de 30 anos, porque será que os srs, funcionários publicos teem mais direitos que eu, sera por serem uma casta superior, estão mal passem para a segurança social que vão ficar pior.
  • Mário
    13 mai, 2016 Lisboa 16:00
    Está na altura de acabar com esta brincadeira. A ADSE é auto-suficiente só com os descontos dos beneficiários. Assim sendo deve ser gerida exclusivamente por quem a sustenta e dela beneficia. Porque é que os sindicatos nada dizem sobre isto? Qual é o seu interesse? Para quando a gestão da ADSE sai da alçada de um Estado que dela apenas colhe benefícios? Qualquer dia ainda vamos ver transferências de verbas da ADSE para a Segurança Social! Esperem para ver.
  • Alberto Martins
    13 mai, 2016 Lisboa 14:47
    Senhor "Carlos Costa"...essa ignorância de que faz alarde é mesmo genuina ou é só...porque sim.
  • antonio
    13 mai, 2016 Portugal 14:40
    A adese é suportada pelos que descontam para ela! A adse dá lucro! Logo, esta alteração só servirá para o estado "roubar" mais algum a quem desconta para a adse.
  • Joaquina Martins
    13 mai, 2016 Lisboa 14:04
    É uma vergonha, mais uma vez enganados, mas o povo é manso e se calhar tem o que merece....................... descontem mais por menos, sempre assim foi e será.
  • Alberto Faisca
    13 mai, 2016 Porto 13:56
    Sr. Ministro, onde andam escondidos os excedentes da ADSE?? servem para sorrateiramente aumentar a receita para endireitar as contas públicas ou encontram-se guardados no Panamá??
  • laporra
    13 mai, 2016 Anadia 13:55
    Sou FP e desconto para a ADSE "qualquer coisa" 410 euros/ano sem apresentar qualquer despesa à mesma. Pergunto, a quem de direito, porque não posso eu prescindir deste assistência? como diz aqui em baixo Francisco Pereira então há tempos afirmava um estudo que a ADSE tinha excedente e agora de repente mais uns cortes nas comparticipações para o sistema ser sustentável? Mas andam a gozar ou isto é mais um truque de malabarismo? Vão "ca... dum carro abaixo". Se a ADSE agora é sustentada à custa dos beneficiários então deixem de nomear os amigos da cor para dirigentes da mesma. Haja democracia e que quem sustenta o sistema passe a ter direito a opinar e a dizer o que quer da ADSE e os moldes em que ela deve comparticipar ou não as despesas de saúde.

Destaques V+