Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Governo cria figura de professor-tutor para ajudar alunos com dois chumbos

19 mai, 2016 - 20:22

O projecto, orçado em 15 milhões de euros, começa a ser aplicado no próximo ano lectivo.

A+ / A-

O ministro da Educação anunciou a criação, já a partir do próximo ano lectivo, de tutorias para ajudar os alunos com duas ou mais retenções.

A ideia é criar grupos com um máximo de dez alunos que vão passar a ter direito a quatro horas semanais com um professor para "uma ajuda adicional", explicou o ministro Tiago Brandão Rodrigues, em declarações aos jornalistas, no final da sessão plenária.

Nessas tutorias, os alunos terão apoio ao estudo mas também serão ajudados a resolver os problemas que têm na escola ou a gerir problemas que surjam com as turmas e família, exemplificou.

O professor será um "adulto de referência que muitas vezes não existe nestas famílias", acrescentou o secretário de estado João Costa, acrescentando que se trata "de um investimento nestes alunos".

O projecto poderá custar, no máximo, 15 milhões de euros, mas a verba deve ser reduzida consoante os alunos vão atingindo o sucesso académico.

“Cabe-nos acompanhar cada criança e cada família neste caminho, mesmo que haja insucesso”, defendeu Tiago Brandão Rodrigues durante a sua declaração no parlamento, em que sublinhou a aposta do executivo “em garantir que cada criança tenha sucesso”.

A medida anunciada no parlamento, esta quinta-feira, faz parte de uma nova proposta de Despacho de Organização do Ano Lectivo, que será enviada ainda hoje aos sindicados.

As aulas de tutoria serão opcionais para os alunos e as quatro horas previstas serão um complemento ao horário normal. Em algumas escolas poderão recorrer aos professores que tenham horas disponíveis, noutras poderão ter de ser contratados.

Contra o modelo da anterior equipa governativa, liderada por Nuno Crato, que criou o ensino vocacional e o alargou aos alunos do básico, a actual equipa do Ministério da Educação decidiu acabar de forma faseada com este modelo.

Tiago Brandão Rodrigues disse, no parlamento, que a existência do ensino vocacional para os alunos do básico (entre o 5.º e o 9.º anos) é uma forma de “discriminação e dualização precoce”.

Em Janeiro, o executivo anunciou o fim gradual desta via de ensino no básico, garantindo que, no próximo ano lectivo, já não vão abrir novas turmas.

Os alunos com mais dificuldades nos estudos - muitos dos quais acabavam por seguir para o vocacional - vão passar agora a ter mais apoios e uma das ferramentas é, precisamente, a criação de tutorias para os que reprovem, pelo menos, dois anos.

“Este é um investimento nos alunos”, sublinhou o secretário de estado, acrescentando que “os vocacionais eram mais baratos. Mas estamos a gastar dinheiro com quem mais precisa”.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • José Silva
    20 mai, 2016 Porto 08:53
    Senhores jornalistas, será que não se dão ao trabalho de verificar se uma notícia é verdadeira ou não? Acreditam nas fontes sem as confrontar? Por favor....A figura de professore tutor já existe à tantos anos e é aplicada tantas vezes. Enfim. Tirem as vossas conclusões.

Destaques V+