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Maus-tratos a idosos. Maioria das denúncias por violência psicológica e financeira

20 mai, 2016 - 18:09

Fundação Bissaya Barreto faz balanço de dois anos do serviço SOS Pessoa Idosa e conclui que existe ainda um grande muro de silêncio ao redor dos maus tratos.

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O serviço SOS Pessoa Idosa da Fundação Bissaya Barreto (FBB), em Coimbra, recebeu nos últimos dois anos 300 pedidos de ajuda, na maior parte dos casos denunciando violência psicológica e financeira.

A maior parte das vítimas são mulheres com média de idade de 78 anos, conclui a Fundação, adiantando que "os agressores são, muitas vezes, os próprios descendentes, homens, com média de idade de 57 anos".

Os agressores são "denunciados pelas próprias vítimas ou por outros familiares e vizinhos" e os pedidos de ajuda têm origem, maioritariamente, nos distritos de Lisboa, de Coimbra, do Porto e de Setúbal, acrescenta a FBB.

Os muitos pedidos de ajuda recebidos, durante estes dois anos, não revelam, no entanto, "a total dimensão do problema, porque ainda há receio em denunciar", sublinha a Fundação.

"Mudar mentalidades e comportamentos face ao envelhecimento e à protecção dos direitos dos idosos" é, por isso, a principal preocupação dos responsáveis, acrescenta, em nota enviado à agência Lusa.

O SOS Pessoa Idosa é um serviço de intervenção social criado em 2014 pela FBB, que integra uma linha gratuita de atendimento telefónico (800 990 100), um "serviço de atendimento directo e personalizado e um gabinete de mediação familiar, garantindo toda a confidencialidade no apoio e acompanhamento prestados aos idosos, às famílias, aos profissionais das áreas da saúde e de apoio social e a outras pessoas envolvidas".

O serviço tem desenvolvido "uma acção importante junto dos serviços de proximidade da vítima idosa, sinalizando e pedindo a intervenção célere dos serviços identificados considerados pertinentes, articulando e agilizando a comunicação entre diferentes sectores" (como centros de saúde, serviços de segurança social, IPSS e comarcas), refere a FBB.

Para Fátima Mota, assessora da área social da FBB, o número de apelos não reflecte a verdadeira dimensão do problema, porque existe ainda um grande muro de silêncio ao redor dos maus tratos aos idosos e continua a ser muito difícil para uma vítima denunciar um agressor que é, muitas vezes, um familiar.

"Os estereótipos sobre o declínio físico e cognitivo na idade avançada, tomando por usual o patológico, a infantilização frequente da pessoa idosa, retirando-lhe a palavra e a sua autodeterminação, a feminização do envelhecimento, que duplamente discrimina a pessoa, e a desactualização do código civil de 1966, são factores que contribuem para a desprotecção da pessoa idosa", sustenta Fátima Mota, citada pela Fundação.

Num quadro de colaboração com as entidades judiciárias, o serviço SOS Pessoa Idosa formalizou em Setembro de 2015 um protocolo de cooperação com a Procuradoria-Geral Distrital de Coimbra, para a promoção da protecção judiciária a pessoas idosas que dela necessitem.

No âmbito do acordo, o serviço comunica os casos de idosos que careçam de protecção jurídica e que residam nas comarcas abrangidas por Coimbra, Castelo Branco, Guarda, Leiria e Viseu, enquanto a Procuradoria-Geral Distrital de Coimbra encaminha para a FBB situações de pessoas idosas que necessitem de apoio social ou de mediação familiar.

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  • Paula Pinho
    19 dez, 2017 Torres vedras 15:34
    Boa tarde gostaria de saber a minha mãe esteve num lar entrou em 10 outubro de 2016 e deu entrada no hospital de Torres Vedras dia 19 de janeiro2017 em mau estado geral por falta de alimentação e nutrição ao qual o médico que à assistiu disse que não havia nada a fazer derivado também a idade dela , eu gostaria de saber se por acaso ela na altura estivesse comigo e eu a levasse para o hospital nas condições que o lar a mandou qual seria a minha penalização.porque a minha mãe faleceu derivado ao mau acompanhamento dos empregados e pessoal médico e assistente social que não foi a melhor.
  • Carla Ferreira
    21 nov, 2017 Santana do mato 11:18
    Tenho uma tia de 92 anos viúva e sem filhos que foi vítima de chantagem, violência verbal , ameaça e roubo de um prédio. Esta minha tia vivia a cerca de 90km da minha casa e era a minha mãe que mais a apoiava mas no final do ano passado teve um acidente do qual veio a falecer.foi nessa altura que estes vizinhos a cercaram e obrigaram a fazer uma venda sem que ela tenha recebido nada.ha cerca de um mês telefona me a chorar a pedir ajuda, não tinha nada, pão comida os medicamentos a casa está imunda quase não andava e estava magrissima. Neste momento está na minha casa.parece outra.a pouco e pouco vamos descobrindo coisas que faltam ouro, relógios roupa, faiança, a conta bancária está no nome do tal "sr", os títulos da caixa geral de depósitos, etc.precisava que me ajudassem pois não sei o que fazer.tambem não tenho grande disponibilidade financeira.obrigada desde já pela atenção e fico a aguardar uma resposta.
  • alexandra andrade
    24 jun, 2017 porto 08:39
    Bom dia, Venho denunciar um caso que se arrasta há mais de 40 anos. A minha mãe de 77 anos é vítima de violência psicóloga por parte de uma irmã minha de 55 anos,que não vive com a nossa mãe neste momento. Para além dos insultos, difamação e extorquir dinheiro a uma pessoa de idade com uma reforma baixa que se vê obrigada a trabalhar em casa de uma senhora para fazer face à despesa de duas casas, isto porque a minha irmã já não trabalha há muitos anos. Gostaria de saber se é possível afastar e impedir o contacto dela com a minha mãe. Como posso impedir que esta situação se prolongue por mais tempo. Como qualquer vitima a minha mãe não quer denunciar esta situação. Por favor peço a vossa ajuda. Obrigada Paula Santos

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