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Eles não querem ouvir falar em petróleo no Algarve. E dão dez razões

23 mai, 2016 - 14:38 • Filipe d'Avillez

Manifesto assinado por dezenas de personalidades pede ao Governo que reverta imediatamente os acordos para prospecção e exploração de petróleo no Algarve.

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O alto risco de actividade sísmica e a falta de transparência dos acordos assinados são duas das dez razões invocadas para revogar os contratos de prospecção, pesquisa, desenvolvimento e produção de petróleo e gás no Algarve.

Num manifesto assinado por dezenas de personalidades da vida política e social, pede-se ao Governo que reverta imediatamente os acordos que, nalguns casos, “foram assinados “apenas duas semanas antes das eleições legislativas de Outubro de 2015”.

Os signatários recordam logo no primeiro ponto que a exploração petrolífera é algo que pertence ao passado, sendo considerada “a causa humana que mais contribui para o desequilíbrio climático do planeta”, por parte da comunidade científica internacional.

Petróleo no Algarve? "Não queremos e não vamos ficar de braços cruzados"
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No manifesto lê-se que as contrapartidas para o Estado são “ridículas” e inexistentes as vantagens para a economia local. Mas as especificidades da região do Algarve também são invocadas, nomeadamente o facto de ser uma zona marcada sobretudo pelas pescas e pelo turismo. “Não foram salvaguardadas quaisquer contrapartidas para o Algarve. Não é conhecido nenhum documento escrito que sustente com eficácia e transparência qualquer benefício para a Região. Os lucros iriam para as concessionárias, com contrapartidas ridículas para o Estado. E o Algarve ficaria com os riscos ambientais, que constituem uma ameaça à sua economia (Turismo e Pescas)”.

A propensão para a actividade sísmica também deve ser tida em conta, uma vez que aumenta o perigo de desastre ecológico. “O Algarve apresenta várias falhas sísmicas, tendo sido o mar a sul de Tavira e a zona do Cabo de São Vicente, em Vila do Bispo, os epicentros dos maiores desastres sísmicos que, ao longo dos tempos, assolaram a região algarvia. Esta característica constitui um risco adicional à actividade de prospecção e produção de gás e petróleo on-shore e off-shore”.

As figuras que se associam a este manifesto, entre as quais se incluem Adelino Gomes, Alexandre Quintanilha, Alfredo Barroso, general José Loureiro dos Santos e Viriato Soromenho-Marques, entre muitos outros, criticam ainda a falta de estudos de impacto ambiental e de resolução de conflitos que possam surgir por causa dos contratos assinados e advertem que “a História julgará os responsáveis que, por omissão, por silêncio, por ignorância, por negligência ou por cumplicidade, deixaram passar sem oposição estes contratos para a prospecção e a exploração de petróleo no país, e especialmente no Algarve”.

O manifesto pode ser lido na íntegra no “Público".

Comentários
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  • 24 mai, 2016 00:31
    Eles dão dez? EU também dou! 1ª Os recursos são de todos. 2ª A produção do petróleo é OffShor. 3ª A produção de gás será para consumo interno. 4ª o aquecimeno global não está relacionado com a extração de petróleo (o último aquecimento global que existe registo foi há 30 mil anos, ainda não existiam carros). 5ª A mama do turismo afinal dá muito dinheiro, mas eu não sei onde estão os impostos. 6ª Os autarcas do Algarve não percebem nada de geologia. 7ª O mexilhão não é tudo na vida. 8ª A maré negra só existe na cabeça dos populistas. 9ª Continuamos a ser um país de pobres e mal agradecidos. 10ª Passar férias no Algarve não faz parte das minhas prioridades.
  • Rui Pimentel
    23 mai, 2016 Açores 19:10
    Se houvesse coerência toda esta gente ficava proibida de andar de carro de cozinhar com gás e de comer produtos importados.
  • Petrolino
    23 mai, 2016 Faro 18:50
    Mais uns que não tem nada que fazer, olhem só a pinta deles. Telecomandados.
  • José Gomes L
    23 mai, 2016 Lisboa 16:44
    Se não se explorar no Algarve a Espanha agradece, a Repsol está a explorar logo ali ao lado em Espanha e não se consta que haja por lá problemas. De qualquer modo a Espanha agradece porque o normal é que por ser tão perto, o petróleo e o gás natural saiam dos mesmos locais subterrâneos.
  • Alberto
    23 mai, 2016 Funchal 15:54
    A lista dos que assinaram...são aqueles que não andam de carro?

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