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Greve dos estivadores. Operadores retiram contentores com escolta da PSP

24 mai, 2016 - 08:11

Por temer a oposição dos trabalhadores em greve, a administração do porto de Lisboa pediu auxílio às autoridades. Porto de Lisboa está paralisado há mais de um mês devido ao protesto.

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Greve dos estivadores. Operadores retiram contentores com escolta da PSP

Os operadores do porto de Lisboa estão a retirar contentores que estão parados desde o início da greve dos estivadores, a 20 de Abril. A operação em Alcântara conta com apoio de agentes da PSP.

Fontes da Polícia de Segurança Pública e da Liscont confirmaram à Renascença que a operação de escolta está já a decorrer. Por temer a oposição dos estivadores em greve, a administração do porto de Lisboa pediu auxílio às autoridades.

Cerca de quatro dezenas de estivadores estão concentrados junto à entrada do Porto de Lisboa, em Alcântara, ladeados por dezenas de polícias.

No Porto de Lisboa entraram até às 9h00, três camiões para recolher contentores, mas o primeiro saiu vazio, perante o aplauso dos estivadores, enquanto um segundo, pelas 9h15, saiu carregado, tendo o motorista sido insultado pelos estivadores em greve. Este foi, esta manhã, um dos momentos de tensão dos estivadores, que se encontram há mais de um mês em protesto.

De acordo com António Mariano, presidente do Sindicato dos Estivadores, "o porto de Lisboa não tem serviços mínimos, o que constitui uma violação do direito à greve".

Os operadores do porto de Lisboa anunciaram na segunda-feira que estão em marcha os trâmites para o despedimento colectivo, baseado no facto de o porto estar paralisado há mais de um mês, devido ao protesto. A medida poderá abranger os 320 trabalhadores em greve.

A decisão foi tomada depois de, na sexta-feira, o Sindicato dos Estivadores ter recusado a proposta de acordo de paz social e para a celebração de um novo contrato colectivo de trabalho.

O Presidente da República realçou na segunda-feira a importância dos portos para as exportações portuguesas e vai informar-se sobre o anunciado despedimento colectivo no porto de Lisboa.

"Eu tenho à minha espera informação sobre essa matéria que, como sabem, se segue a uma greve de estivadores e agora à hipótese de realização de uma greve de trabalhadores portuários. Mas não tenho a informação ainda na minha mão. Eu vou ver o que se passa", declarou Marcelo Rebelo de Sousa, em resposta aos jornalistas.

Já o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, não compreende "a passividade do Governo" no conflito dos estivadores e pediu para evitar consequências negativas como o anunciado despedimento colectivo. Segundo Passos Coelho, o executivo podia ter adoptado medidas políticas, inclusive a requisição civil, para evitar que o problema "chegasse tão longe".

Segundo a edição desta terça-feira do "Jornal de Negócios", há contentores parados no Porto de Lisboa, com produtos que, não sendo bens alimentares deterioráveis, têm prazo curto de validade.

Greve prolongada

O Governo fixou serviços mínimos para assegurar a movimentação de cargas destinadas aos Açores e Madeira e operações de carga ou descarga de mercadorias deterioráveis e de matérias-primas para alimentação.

A última fase de sucessivos períodos de greve, que se iniciou há três anos e meio, arrancou a 20 de Abril, com os estivadores do Porto de Lisboa em greve a todo o trabalho suplementar em qualquer navio ou terminal, recusando trabalhar além do turno, aos fins-de-semana e dias feriados.

De acordo com o último pré-aviso, a greve vai prolongar-se até 16 de Junho.

A greve tem sido prolongada através de sucessivos pré-avisos, devido à falta de entendimento entre estivadores e operadores portuários sobre o novo contrato colectivo de trabalho.

Comentários
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  • Rodrigues
    25 mai, 2016 Portulândia 08:39
    AP - fosso cada vez maior entre ricos e pobres. Caro AP, não sei que idade tem mas parece não ter a suficiente para poder avaliar por experiência própria os dois lados do problema. O antes de abril de 74 e o depois. Sem partidarismos e sem defesa do antes ou do depois, apenas analisando friamente e com obectividade o que pudemos constatar é que no antes o fosso que refere se vinha paulatinamente esbatendo enquanto no pós, como se pode constatar, se vem alargando com o aumento exponencial de pobres, e com muitos pobres envergonhados pelo facto de terem vindo de uma posição confortável, e do lado oposto a nova classe de ricos, os novos ricos que como se sabe da experiência são piores que os ricos por herança familiar. Quem isto escreve seguramente não é rico. Procura ver as coisas com a máxima abrangência e isenção possíveis. 24 Mai, 2016 Portugal 19
  • AP
    24 mai, 2016 Portugal 19:38
    Caro RODRIGUES, já leu o documento sobre os motivos da greve? veja lá bem se não encontra lá descritos os métodos que estão a ser usados neste caso e a que o resto do país já foi sujeito e cujo objectivo é a redução contínua dos salários para todos. estes no entanto não são como a maioria que tem calado e comido e fica depois o resto da vida a remoer contra tudo e todos. mais tarde dizem mal dos que lutam contra esses cortes quando eles próprios não saíram do sofá na altura em que deviam. e vão depois para a internet comentar nas notícias em que se mostra o fosso cada vez maior entre ricos e pobres, em que meia dúzia de poderosos detêm a maior parte do capital e o resto à mingua. e na maior parte dos casos é apenas por isso, por inveja de não terem tido coragem. como dizia o meu avô: quanto mais os baixamos mais se vê o c... e quando ele estiver à vista... ala que é sempre em frente para dentro!
  • Augusto Nunes
    24 mai, 2016 Londres 19:37
    O governo tem que ter mão dura, esta cambada de ignorantes e chulos, não sabem o mal que estão a fazer ao País
  • Rodrigues
    24 mai, 2016 Portulândia 15:02
    Citando: "AP 24 Mai, 2016 Portugal 13:14 Esta greve afecta o país é verdade. Nós que estamos de fora e não conhecemos os contornos do que se está a passar facilmente dizemos que são uma cambada de malandros privilegiados que só têm regalias e trabalhar nada. A nossa facilidade em opinar sobre qualquer tema que não conhecemos é conhecida desde há muito."" Tem razão só, como sempre, a razão não está apenas de um lado. Num qualquer conflito há sempre três hipóteses: A derrota de um dos contendores. A vitória de um dos contendores. No caso anterior uma significa o oposto da outra pelo a primeira define logo a segunda. e a terceira e mais importante o diálogo e entendimento entre as partes sem vitória nem derrota. Enquanto nesta todos saem a ganhar nas anteriores todos saem a perder. Lembremos greves passadas em diversas empresas e constatemos que na sua maioria o resultado foi o desaparecimentos desta com a consequente perda de postos de trabalho e muitas dessas empresas eram criadoras de riqueza Nacional pois produziam bens geradores de valor acrescentado melhorando os rácios do PIB. Como já referi bom será ver quem realmente ganha com o descalabro no porto de Lisboa e noutros portos. O PÀÍS no seu todo perde de certeza absoluta. Cumprimentos
  • Dr Xico
    24 mai, 2016 Lisboa 14:20
    Dr: António Costa, mostre quem manda em Portugal e o que está em 1º lugar, ou o pais exporta, ganha confiança no estrangeiro e acaba com esta pouca vergonha JÁ da greve da famila estivadores ou Portugal no fim do ano não tem credibilidade nenhuma por cauda de 320 comunistas da estiva
  • AP
    24 mai, 2016 Portugal 13:14
    Esta greve afecta o país é verdade. Nós que estamos de fora e não conhecemos os contornos do que se está a passar facilmente dizemos que são uma cambada de malandros privilegiados que só têm regalias e trabalhar nada. A nossa facilidade em opinar sobre qualquer tema que não conhecemos é conhecida desde há muito. um colega enviou-me um PDF com a circular do pré aviso de greve e, meus amigos, se o que lá está descrito for verdade, fala de uma realidade e de quase tácticas de guerrilha diplomática das Associações de Operadores (uma delas Turca mas quer mandar cá) contra os estivadores. E estes, defendem-se. Quem não se sente não é filho de boa gente. Sem conhecer o que se passa é obviamente mais fácil comentar na internet sem dar a cara do que manifestar. E dar força a quem manda na opinião pública. E talvez estes demonstrem o que falta ao resto do país: CORAGEM PARA AGIR. E assim, depois de ler o documento oficial da greve, e as barbaridades que são lá indicadas, parece-me quem aqui comenta não está realmente a par do que se passa ou tem uma agenda comum às tais Associações de Operadores que querem poupar muitos euros para prémios de final de ano.
  • jonas
    24 mai, 2016 lisboa 13:05
    Já agora gostava que me informassem qual é o salario mensal destes estivadores. Será que o salario que recebem não dá para trabalhar 50 horas por semana?
  • AP
    24 mai, 2016 Portugal 12:47
    E pelos comentários, porque doí a uns e porque outros decidem ficar no sofá, as condições vão-se degradando, degradando, até ao dia em que já nos meteram a canga em cima e quando damos por ela já estamos de rastos. aí já é tarde demais.
  • j.
    24 mai, 2016 lx 12:31
    Lamentavelmente existe sim muita gente a falar e comentar como este senhor FRS que não sabe o que diz nem conhece do que fala, 1º greve aos extraordinários ? então porque não trabalham das oito as cinco, 2º afinal porque a greve será salários de quem será carreira profissional de alguém que nunca valeu nada , 3- porque será que os outros portos não estão de acordo com esta exigência, falam de que salários e de extraordinários digam quanto ganham limpos falam de equipas de trabalho NAO , falam do antigamente os antigos dirigentes sindicais tem vergonham do que assistem , pois nunca se venderam a intersindicais ou ugts foram sempre independentes em prol da classe e do pais , dai chegarem onde chegaram , quem fala dos trabalhadores que estão a ser despedidos por causa desta greve quem fala daqueles que poderão ser despedidos porque um sindicato esta a fazer uma guerra pessoal . lamento o partido socialista e o governo estarem com medo de defender o PAIS e não interesses desta gente e de partidos como a cdu e o be
  • Observador
    24 mai, 2016 Fnc 12:25
    Aqueles que desejem trabalhar sejam sindicalizados ou não devem fazê-lo sem impedimentos, sem pressões de outros que aderem e fazem greve! As coisas devem funcionar assim, ninguém tem o direito de impedir o livre acesso a quem opte por trabalhar. Não é razoável que uma greve ou uma sucessão de greves se mantenham ao longo de quatro anos, isto vem provar que estes dirigentes sindicais não estão à altura da situação, não têm capacidade de diálogo, muito menos de chegar a um acordo a contento de ambas as partes. Estes dirigentes sindicais terão perdido inclusive a credibilidade da representatividade, terão desperdiçado a capacidade do diálogo de todo e cada dia mais fragilizados ficarão perante a evidência de uma insatisfação crescente inclusive de seus filiados! A solução poderá vir a ser musculada para por termo a tudo isto. Aqui não se trata de tomar partido do que quer que seja mas olhar a realidade, a razoabilidade, o bom senso!

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