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Operadores do porto de Lisboa avançam para despedimento colectivo

23 mai, 2016 - 15:34

"Chegamos ao limite. Há mais de um mês que o porto de Lisboa está completamente parado", dizem os operadores. Liscont recusa adiantar quantos dos 320 estivadores serão abrangidos pelo despedimento colectivo.

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Os operadores do porto de Lisboa vão avançar com um despedimento colectivo por redução da actividade, depois do Sindicato dos Estivadores ter recusado, na sexta-feira, uma nova proposta para um novo contrato colectivo de trabalho.

"Chegámos ao limite. Há mais de um mês que o porto de Lisboa está completamente parado. Vamos avançar para um despedimento colectivo, porque temos que redimensionar por não termos trabalho", declarou o presidente da Associação de Operadores do Porto de Lisboa (AOPL), Morais Rocha.

Em declarações à Lusa, Morais Rocha explicou que os operadores do Porto de Lisboa avançaram esta segunda-feira com os trâmites para um despedimento colectivo. Algo fácil de fundamentar, tendo em conta que "o Porto de Lisboa está completamente parado", disse.

O responsável da Liscont recusou adiantar quantos dos 320 estivadores serão abrangidos pelo despedimento colectivo, adiantando que a análise terá que ser feita "secção a secção".

A decisão do recurso ao despedimento colectivo foi tomada depois de, na sexta-feira, o Sindicato dos Estivadores, em greve desde 20 de Abril, ter recusado a proposta de acordo de paz social e para a celebração de um novo contrato colectivo de trabalho para o trabalho portuário no porto de Lisboa.

"Foi um ponto final", declarou o administrador da Liscont, referindo que os pontos em que ainda não foi possível chegar a um acordo estão previstos na lei e vigoram nos outros 14 portos.

Na proposta, a que a Lusa teve acesso, a AOPL comprometia-se a "encontrar uma solução relativamente ao futuro da empresa de trabalho portuário Porlis", cuja extinção era uma das reivindicações dos sindicatos.

Em contrapartida, o Sindicato dos Estivadores ficava obrigado a desconvocar de imediato as greves declaradas e a concluir um novo contrato colectivo de trabalho no prazo máximo de 15 dias.

Perdas de "300 mil euros por dia"

Carlos Caldas Simões, representante da AOP - Associação Marítima e Portuária, realçou que "os armadores estão a perder 300 mil euros por dia" e que as sucessivas greves e mais de 100 pré-avisos de greve causaram "danos irreversíveis". "Já perdemos mais de 50% das cargas. Levaria meses ou até anos a retomar", acrescentou.

Os operadores prometem também resolver o problema de "milhares" de contentores por descarregar no Porto de Lisboa, recusando-se a adiantar qual será a solução. "Vamos tentar pelo caminho da paz social", garantiu.

A última fase de sucessivos períodos de greve, que se iniciou há três anos e meio, arrancou a 20 de Abril com os estivadores do porto de Lisboa em greve a todo o trabalho suplementar em qualquer navio ou terminal, isto é, recusam trabalhar além do turno, aos fins de semana e dias feriados.

De acordo com o último pré-aviso, a greve vai prolongar-se até 16 de Junho.

A Lusa tentou sem sucesso contactar o sindicato dos estivadores.

Comentários
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  • Eu
    28 mai, 2016 Mesmo 23:53
    A falta de informação da maioria dos comentadores desta notícia (e do próprio autor) é gritante. Primeiro: estamos a falar erradamente de "greve". Aqui não há greve nenhuma. Os estivadores estão apenas a cumprir o normal horário de trabalho. Não fazer horas extras nem trabalhar aos feriados (o que acontece com a generalidade dos trabalhadores doutros sectores) não é fazer greve.Segundo: os administradores não têm lucro????? - LOL - só podem estar a brincar!!! Os administradores têm ordenado, como qualquer trabalhador, a maioria das vezes acima da média europeia!! Terceiro: se, como falam aqui que o porto de Lisboa está parado e há anos de atraso (LMAO) no desembarque de contentores e o horário normal dos estivadores (que é o que acontece neste momento) não chega; que contratem mais estivadores. Quarto: o que é que acontece para colmatar esta situação (da chamada "greve")? Os administradores (coitadinhos) contratam mão de obra precária (às empresas de trabalho temporário), sem formação e a pagar pouco mais que o ordenado mínimo. E ainda vêem para aqui pessoas falar contra os estivadores do porto de Lisboa? Os administradores só têm interesse numa coisa: LUCRO!!! DINHEIRO!!! E à custa de pessoas ignorantes como as que estão a comentar esta notícia e que ainda confundem sindicalismo com comunismo.
  • Pinto
    24 mai, 2016 Custoias 22:00
    O porto de Lisboa assim como outros portos são entregues à exploração a empresas que se intitulam-se de operadores, acontece que os estivadores são quem trabalha nos portos em cargas, descargas e controle de mercadoria à muitos anos e com formações específicas para isso. depois que entregaram os portos à exploração de privados, estes fazem de tudo para acabar com os estivadores e colocarem mão de obra precária a fazer trabalhos que é da competência destes estivadores. Os operadores são empresas que operam dentro dos portos.
  • Eu
    23 mai, 2016 23:44
    Afinal quem são os operadores? Não percebo nada! Quem opera é quem se vai ser despedido?
  • Pinto
    23 mai, 2016 Custoias 23:12
    Conheço bem a qualidade e a segurança do porto de Lisboa, infelizmente, a precariedade e a insegurança aumento para níveis perigosos. Lucro a todo o custo sem qualquer segurança sem regras e com pessoas sem qualificações, é o jeito que os operadores têm de tratar a industria portuária.
  • Carlos Dias
    23 mai, 2016 Feijó 21:40
    " Ana Cristina " que tal umas aulas de PORTUGUÊS ? Não do tipo Sócrates nem Relvas . Mas, só umas aulitas ?
  • O Tal
    23 mai, 2016 Por Aí 21:26
    Nem mais!! É mandar esses camaradas, dar uma volta sem regresso, são uns criminosos.
  • Carlos Costa
    23 mai, 2016 Santarem 19:36
    Ponham esses grevistas TODOS na rua!!!!! Há muita gente que precisa desse trabalho.Gente capaz,competente e com vontade de trabalhar!!!
  • Emigrante
    23 mai, 2016 Brasil 19:32
    Todos os tugas a tentar ter um emprego, as empresas a tentarem se reerguer e estes mer....as a parar o pais. Processo em cima e acabem com os sindicatos de vez.
  • Ana Cristina
    23 mai, 2016 Amadora 19:31
    Se andam nisto a 3 anos, ja deviam era ter ido todos para o olho da rua. Assim nao e para ninguem, dxcepto para os atrasados dos sindicatos que so tem emprego a aruinar os negocios de todos. Os americanos e que a sabem bem, comuna1s nao fazem falta em lado nenhum.
  • Costa
    23 mai, 2016 Amadora 19:21
    Só peca por ser tarde, deveriam ser julgados e condenados a pagar os prejuízos causados ao Estado e os demais empresários, Desemprego recebiam zeroooo.

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