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Carta por pontos vai mudar o cérebro do condutor português

31 mai, 2016 - 18:08

Vice-presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária lembra que sinistralidade rodoviária custa aos portugueses quase dois mil milhões por ano. Pedro Moutinho acredita que novo modelo vai mudar mentalidades.

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Garantir que o condutor modere e ajuste os seus comportamentos à estrada para reduzir a sinistralidade. É numa frase que a Autoridade Nacional para a Segurança Rodoviária (ANSR) define o objectivo da introdução da carta por pontos, um modelo sancionatório já em vigor em diversos países europeus e que agora chega a Portugal.

Em entrevista à Renascença, o vice-presidente da ANSR, Pedro Moutinho, diz acreditar que o novo sistema vai contribuir para uma mudança de mentalidade do automobilista português.

Confiante no sucesso do modelo, Pedro Moutinho sublinha a existência de estudos que apontam para o contributo da carta por pontos para a redução da sinistralidade e dos custos associados.

Em 2015, verificou-se uma redução dos números da sinistralidade rodoviária (os dados oficiais serão divulgados brevemente), o que “traduz uma evolução muito positiva”. Contudo, o responsável alerta para os custos “relevantes” associados à sinistralidade, “sobretudo numa altura em que o país permanece em dificuldades financeiras”.

Os custos económicos ultrapassam os 1,8 mil milhões de euros por ano. “Valores relevantes para que os portugueses percebam a necessidade de alterar comportamentos”, alerta Pedro Moutinho.

O exemplo de Espanha

Desde a introdução da carta por pontos em 2009, Espanha assiste a uma significativa redução do número de acidentes e de mortes na estrada.

Pedro Moutinho prefere não fazer uma relação directa, por considerar “difícil a analogia”, mas não deixa de sublinhar que “a redução da sinistralidade no país vizinho é coerente com o momento em que o modelo foi adoptado”.

Para o vice-presidente da ANSR, foi um conjunto de decisões, entre as quais a introdução da carta por pontos, que levou a uma redução da sinistralidade em Espanha. “Um país que actualmente é bastante mais seguro na estrada”, resume.

O dirigente da ANSR desvaloriza algumas críticas que têm surgido ao novo modelo. Lembra que no passado a obrigatoriedade do uso do cinto de segurança também foi “inicialmente criticada”. “Agora, ninguém contesta porque garante mais segurança”.

Recurso é possível

Na entrevista à Renascença, Pedro Moutinho esclareceu também alguns pormenores do modelo carta por pontos, entre os quais o facto de a perda de pontos por infracções no trânsito não ser imediata (a penalização só será confirmada após análise das autoridades) e a possibilidade de recurso do automobilista.

Quanto às consequências das penalizações, o responsável alerta que a cassação da carta implica uma inibição de conduzir por dois anos e a obrigatoriedade de regressar à escola de condução com todos os custos inerentes. “Não é barato.”

Comentários
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  • jose manuel
    29 jul, 2016 gouveia 23:20
    et uma vergonha e enadmicivel os portugaises serem tratados desta forma ao ficar 2 anos sem poderem condusir eu to en franca nada disso e so 4 a 6 meses e ja et muito ja tirei todo o dinheiro de portugal e vendo tudo so ca venho para comer to triste pelas pessoas a que isso vai acontecer a carta por pontos e injusta porque un bon condutor pode ficar sem carta e en franca nao obriga se tiver 1 o 2 o 3 o 4 pontos a nada numca vo aceitar a lei como ta en portugal
  • Lima
    11 jun, 2016 Lisboa 18:47
    Se a fiscalização não for implementada, isto não vai dar em nada. Eu vou continuar a ser insultado porque vou numa zona de 50 km/h dentro do limite ou paro ao Stop e o anormal que vem atrás não acha isso bem.
  • Boda
    07 jun, 2016 picha 09:57
    Entao e os ciganos e os pretos sem carta nem documentos nenhuns do carro nem pessoais, que guiam impunemente diante das autoridades ? Para esses qual é a solução?
  • HUA
    03 jun, 2016 Lx 15:04
    Então e quem anda sem carta? Onde vão tirar os pontos?
  • Joao Magalhaes
    01 jun, 2016 Lisboa 08:58
    A mentalidade dos tugas só muda quando lhes vão ao bolso, ai sim, acredito se carregassem mais nas multas e com mais fiscalização a mentalidade ia mudar, ainda se vê muitos infractores a fazerem tudo excepto o que deviam fazer, conduzir e concentrar-se na condução, mas é difícil fazer um pisca quando se vai com uma mão a segurar o telemóvel e na outra o jornal.
  • Zita
    01 jun, 2016 Lisboa 08:56
    Pois, não sei, ainda hoje, o 1º. dia da entrada em vigor das novas regras, saia eu do IC 20 para entrar na ponte 25 de Abril quando passou por mim um motorista "profissional" com um camião carregado de viaturas "cheio de pressa", vindo da A2, atravessou-se literalmente à minha frente, tive que travar para sua Exa. passar porque se não travasse provavelmente eu levantaria voo tal era a velocidade com que ele vinha, mas estas situações a polícia não vê, mesmo na estrada onde está a polícia para ver estas coisas assim, bem como as ultrapassagens que são feitas de forma inconsciente. O que vai acontecer e é sempre mais fácil de sacar cartas e respetivamente dinheiro? É nas cidades onde a taxa de sinistralidade grave é muito menos, porque onde se verificam os acidentes graves vão continuar a verificar-se porque não há patrulhamento suficiente. Não sei a quem serve este tipo de lei! Talvez o Estado tenha descoberto aqui uma mina.
  • Antonio
    01 jun, 2016 Azeitao 07:14
    A principal questão neste assunto é a falta de senso comum, para evitar a palavra estupidez, de muita sinalética presente nas nossas estradas. A somar à atitude pouco preventiva da polícia, pode vir a tornar esta boa medida num pesadelo. Esperemos que mude muita (i)lógica da sinalização actual...
  • Paulo Andrade
    01 jun, 2016 Mangualde 06:14
    Bom dia,sou motorista de longo curso já há bastantes anos,faço todos os países da Europa desde Polónia á Grécia entre outros mais usuais França Espanha Alemanha etc.... e em todos eles este sistema já é utilizado já há bastante tempo e claro que ajuda e exige uma maior atenção dos condutores,acho muito bem esta nova regra ser emplementada,tenho pena é ser só agora somos europeus daí achar ser tarde,quem não concorda com a carta por pontos é porque não tem alguém (filho ou familiar) que tenha sido atropelado por um condutor alcoolizado,ou em excesso de velocidade numa localidade,agradeço á renascença a oportunidade de me expressar sobre este assunto pois sou um entre muitos motoristas que fazemos 800 km diários e vimos situações de arrepiar nas estradas da nossa Europa,um abraço a todos os motoristas,principalmente os pesados.Paulo Andrade.
  • Alex
    01 jun, 2016 Aveiro 05:39
    Bem....Fora as questões ligadas ao BURACO NEGRO "ESTADO", tudo bem. Exceto a questão do excesso de velocidade, que é o mesmo desde 1946, salvo erro (palhaçada). Quanto à falta de cidadania dentro das estradas, é de referir que os Tugas fora da estrada já são uns atrofiados. Basta vê-los a intimidarem-se uns aos outros dentro das empresas para manter os postos de trabalho.
  • MS
    01 jun, 2016 Helsinki 05:13
    Eu concordo co mo sistema de pontos, mas deviam ser punidos seriamente todos aqueles que não param num STOP, conduzem acima de 10km/h do que é permitido, têm condução perigosa em termos de manobras e especialmente a todos os que se colam na traseira de outrem em estradas com velocidades acima dos 60 KM/H. É de tal forma a ignorância rodoviária que fico pretificado quando conduzo em Portugal. Bem... e para não falar nas rotundas... 95% dos condutores não sabe entrar, utilizar e sair de uma rotunda - isso é não saber conduzir!! Muita gente devia ser obrigado a tirar novamente a carta, parte teórica e parte prática. O sistema devia ser como na Finlândia que pune monetariamente os condutores infratores em uma parte percentual do "income" anual - assim os ricos sentem na pele!

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