31 mai, 2016 - 08:32
Dois terços dos adultos portugueses têm excesso de peso e há uma grande prevalência de doenças crónicas como hipertensão e diabetes em Portugal. Problemas identificados no primeiro inquérito à saúde dos portugueses em resultado de exames físicos.
De acordo com os dados apurados, o estado de saúde da população portuguesa entre os 25 e os 74 anos de idade, em 2015, caracterizava-se por uma "elevada prevalência de algumas doenças crónicas", como a hipertensão arterial, a obesidade e a diabetes.
O estudo abordou também o consumo das bebidas alcoólicas: cerca de um terço (33,8%) da população masculina referiu consumo perigoso de álcool (“binge drinking”), valor muito superior ao do sexo feminino (5,3%).
Este tipo de consumo é mais prevalente no grupo etário mais jovem e vai diminuindo com a idade.
As regiões do Alentejo e a Região Autónoma da Madeira revelaram as prevalências mais elevadas em qualquer dos sexos.
O Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF) foi promovido e desenvolvido pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), em parceria com o Instituto Norueguês de Saúde Pública e com as administrações regionais de saúde do continente e das regiões autónomas dos Açores e da Madeira.
Os indicadores apurados referem-se à população com idades entre os 25 e os 74 anos, tendo contado com a participação de 4.911 pessoas que realizaram, para o efeito, um exame físico, colheita de sangue e entrevista.
Em geral, o INSEF revela uma elevada prevalência de hipertensão arterial, obesidade e diabetes, bem como altos níveis de sedentarismo, de consumo de bebidas alcoólicas e exposição ao fumo do tabaco.
Mulheres com mais escolaridade fumam mais
Mais de um quarto dos homens intervenientes no estudo (28,3%) consumiam tabaco, diariamente ou ocasionalmente. Na população feminina, a percentagem baixa para os 16,4%.
Mas, nas mulheres, o consumo de tabaco aumenta com a escolaridade, enquanto nos homens era mais prevalente nos grupos com escolaridade intermédia, independentemente da idade.
Também mais afectado é o grupo etário entre os 55 e os 64 anos (46,9%), a Região Autónoma dos Açores (52,5%), a população com menor escolaridade (51,6%) e a população desempregada (46,9%).
O coordenador do estudo, Carlos Dias, considera que o inquérito confirma alguns indicadores preocupantes e mostra "algumas necessidades em saúde que certamente irão ser levadas em consideração pelos serviços públicos".
A radiografia revela ainda que o país não é todo igual nas matérias abordadas, o que "é uma vantagem", na opinião do coordenador.