02 jun, 2016 - 10:02 • Anabela Góis
O álcool é a substância mais consumida pelos jovens portugueses de 18 anos, seguido do tabaco, as drogas ilícitas e os tranquilizantes/sedativos sem prescrição médica. Os dados são do inquérito a que responderam os 70.646 jovens participantes no Dia da Defesa Nacional/2015.
A esmagadora maioria consome álcool e cerca de 14% admite que o faz diariamente. A principal tendência é o consumo ocasional mas com muitos excessos.
Quase metade dos inquiridos (47%) admite que no ano anterior bebeu muita quantidade, em pouco tempo. É o chamado consumo “binge”, um terço ficou severamente embriagado.
Os rapazes bebem mais do que as raparigas, quase o dobro quando se fala nestes hábitos de risco, embora na embriaguez ligeira as diferenças entre sexos sejam menores.
O consumo mais elevado regista-se no Alentejo, por oposição à ilha da Madeira.
Cerca de metade dos jovens de 18 anos fuma todos os dias ou quase. Também no consumo de tabaco, o Alentejo é, mais uma vez, a região com maior consumo. Os Açores destacam-se pela positiva.
Ainda de acordo com este inquérito, no último ano, um quinto dos inquiridos consumiram mais do que uma substância psicoactiva na mesma ocasião, na maior parte das vezes, álcool e bebidas energéticas ou álcool e derivados de canábis.
A canábis foi, de resto, a substância ilícita mais consumida por estes jovens: quase um terço já experimentou e 23% consumiram recentemente. Os consumos são mais expressivos entre os rapazes do que entre as raparigas.
No que diz respeito ao consumo de tranquilizantes e/ou sedativos sem prescrição médica, os consumos são semelhantes nos dois sexos.
Apenas uma minoria sentiu problemas nos últimos 12 meses decorrentes do
consumo de álcool (7%) ou de drogas ilícitas (4%).
O consumo de álcool surge mais associado a problemas relacionados com a condução, com actos de violência ou conduta desordeira e com relações sexuais desprotegidas, enquanto o consumo de drogas ilícitas aparece mais associado a problemas financeiros, comportamentos em casa ou rendimento na escola ou no trabalho.
Quanto ao uso de internet, quase todos os jovens (97%) usam-na para aceder a redes sociais, 54% para jogar e apenas 15% para jogos de apostas, sendo que apenas uma minoria usa internet para estes fins por mais do que quatro horas diárias.