02 jun, 2016 - 17:07 • Manuela Pires
Um grupo de sete pessoas do movimento Defesa da Escola Ponto entregou esta quinta-feira, no Ministério da Educação, em Lisboa, um molho de 374 cravos amarelos. Cada flor representa uma turma de início de ciclo que não vai abrir no próximo ano lectivo em 39 colégios com contrato de associação.
Liliana Gomes, professora numa escola com contrato de associação, foi a porta-voz do movimento, que rejeita parar a luta, apesar de o Governo já ter rejeitado rever a sua decisão.
“Para nós o assunto ainda não está encerrado. Estamos no terreno a dar o melhor pelos nossos alunos”, afirmou Liliana Gomes aos jornalistas.
O molho de cravos foi entregue ao secretário-geral do Ministério da Educação, a quem a porta-voz do Defesa da Escola Ponto disse que estas escolas estão inseridas em comunidades e “têm projectos sociais e de desporto”.
A iniciativa do Movimento Defesa da Escola Ponto é mais um protesto contra os cortes aos estabelecimentos de ensino com contrato de associação, numa semana em que os colégios anunciaram que vão avançar com mais 16 providências cautelares.
“Podemos confirmar que temos já dez providências cautelares que já entraram e estavam previstas e entrarão mais 16 ainda esta semana”, confirmou esta quinta-feira à Renascença, o presidente da Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (AEEP), Rodrigo Queiroz e Melo. Seguiu ainda para São Bento um pedido de audiência com António Costa.
Os protestos surgem na sequência da decisão do Ministério da Educação de, no ano lectivo 2016-2017, o financiamento ser cortado em 57% nas turmas de início de ciclo, nos colégios privados com contrato de associação. O ministro admite financiar apenas 273 turmas, contra as 656 subsidiadas em 2015-2016 em 79 estabelecimentos particulares.